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Início / Notícias / Agronegócio / Rio Grande do Norte pode voltar a ser área de risco desconhecido de aftosa

Por: Marcelo Lima

O Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério Agricultura, Francisco Jardim, confirmou a forte chance de rebaixamento do Rio Grande do Norte quanto à classificação de risco em relação à febre aftosa.

“Fizemos estudos e descobrimos que o status de risco médio poderá cair para desconhecido. E isso será muito prejudicial para toda a pecuária potiguar”, afirmou o secretario nacional. Essa foi uma das observações de Francisco Jardim durante a reunião ocorrida na terça-feira (07) com o secretario estadual de Agricultura e Pesca, Betinho Rosado, com o diretor geral do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuário do Rio Grande do Norte (Idiarn), Rui Sales Júnior, e com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faern), José Vieira.

O pauta central da reunião foi a falta de estrutura do Idiarn, ao ponto de faltar material de expediente e ter as linhas telefônicas eventualmente cortadas (veja reportagem). Antes dessa reunião realizada ontem, uma equipe da Secretaria de Defesa Agropecuária veio ao Estado logo depois da segunda etapa de vacinação contra a aftosa em dezembro do ano passado.

À época, a possibilidade de rebaixamento do Rio Grande do Norte, em função da precariedade do instituto, já era cogitada. Mesmo assim o diretor geral negou, conforme consta em matéria do PORTAL MERCADO ABERTO no mês seguinte (veja a reportagem).

Desastre

“Seria um desastre”, disse Marcos Teixeira, presidente da Associação Norte-rio-grandense de Criadores de Gado (Anorc), sobre a hipótese de o Estado ter seu status da aftosa rebaixado. “É um absurdo o que o governo está fazendo. Os criadores estão vacinando dentro do prazo pré-determinado, cumpre com suas obrigações e o governo com essa desorganização”, completou acidamente.

Apesar de ter mais 50 anos de existência e a representatividade de 400 sócios, nenhum membro da Anorc foi convidado para a reunião com a Secretaria Defesa Agropecuária ocorrida ontem. “Eu acho sinceramente que foi um problema de desorganização mesmo da secretaria estadual (Sape) e esqueceram de convidar”, acredita.

A equipe de reportagem tentou entrar em contato via celular com o titular da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), Betinho Rosado, mas ele não foi possível.

Promessa de solução

A governadora Rosalba Ciarlini esteve com Betinho Rosado, Rui Sales e outros diretores do Idiarn para discutir a situação da inspeção animal e da aftosa no Estado na sexta-feira (03) passada. Os encaminhamentos da reunião visaram atender as recomendações da Secretaria Nacional feitas ainda em dezembro de 2011.

Dessa forma, o governo do Estado prevê investir R$ 300 mil na manutenção dos veículos do Idiarn e para pagar diárias. Além disso, o instituto poderá convocar dois médicos veterinários, dois engenheiros agrônomos e um engenheiro florestal, todos aprovados em concurso público de 2008. Essas providências foram apresentadas na reunião realizada na terça-feira (07) aos representantes da Secretaria de Defesa Agropecuária.

RN e Paraíba preocupam Ministério

O Ministério da Agricultura inicia neste mês uma série de auditorias no rebanho bovino no Pará, Piauí, Pernambuco e Maranhão. “Quatro estados que poderão sair desse patamar de risco médio. Com isso, esses locais darão um salto de qualidade”, disse o Plínio Lopes, coordenador do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa do Ministério da Agricultura.

No entanto, ele frisou que dois Estados vizinhos não cumpriram com suas obrigações para acabar com a aftosa. “A nossa preocupação é o RN e a Paraíba (Outro estado atrasado com relação à febre aftosa) ficarem de fora. Lembramos que somos parceiros de todo os estados, e o Norte-Nordeste precisa avançar”, destacou Plínio Lopes.   

 

Fonte: com informações da Agência Ecoar