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23/01/2012 20h19 - Atualizado em 23/01/2012 20h21

Rede irá ligar centros de pesquisas em energia eólica

A presidente-executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Élbia Melo, em visita à Natal, apresentou o projeto.

Por: Annapaula Freire

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Uma nuvem de conhecimento que conecte opções tecnológicas, contribua na capacitação de mão de obra e coopere para o desenvolvimento de um setor. Esse é objetivo do projeto "Rede de Pesquisa em Energia Eólica no Brasil", que interligará centros acadêmicos, cujos estudos estejam voltados para a fonte eólica.

A presidente-executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Élbia Melo, em visita à Natal, apresentou o projeto, nesta segunda-feira (23), aos dirigentes do Sebrae e da Fiern, além de participação em reuniões com instituições de ensino. A expectativa é que a rede esteja no ar no início de 2013. O projeto fomentará nacionalização do setor, que tem impacto ambiental quase zero.

A ABBeólica agrega diversos segmentos da cadeia produtiva da energia eólica e tem mais de 100 associados. Segundo a diretora-executiva da associação, o crescimento do setor nos últimos três anos trouxe o desafio de introduzir a energia eólica na matriz energética brasileira. Em 2011, 2 gigawatts (GW) de potência foram acrescidos ao sistema elétrico brasileiro pelos geradores eólicos. Essa fonte de energia se tornou a segunda mais barata no Brasil.

Para consolidar a energia eólica na matriz energética brasileira, os organizadores apostam na rede de pesquisa.  “O primeiro passo é o mapeamento das instituições que trabalham com eólica para a criação de um documento e a posterior implantação do projeto. O objetivo dessa rede é conglomerar os estudos e pesquisas na área da eólica, trazer demandas do setor privado e recursos”, resumiu a presidente-executiva. O Rio Grande do Norte é a primeira visita do mapeamento dos centros de excelência. Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os próximos destinos da associação.

Apesar do bom desempenho e do franco crescimento vivido pelo nicho, a sustentabilidade financeira é ainda uma grande preocupação para o empresariado. Segundo o diretor-geral do CERNE, Jean-Paul Prates, a rede conduzirá as demandas do poder privado aos setores de pesquisa para que os dois sigam em sinergia. Ao identificar demandas e repassá-las às instituições de ensino, consequentemente, os pesquisadores conseguirão investimentos. “Criaremos riquezas a partir de cérebros”, disse.

Entretanto, o procedimento poderá ser aplicado para o setor de energia solar, pois as duas fontes não competem, são até complementares no que diz respeito a tarifas, tecnologia e localidades utilizadas.

Cooperação
Conforme Delberis Araújo Lima, professor de engenharia elétrica da PUC-Rio, contratado para a elaboração de um estudo sobre a rede, a principal consequência da implementação do projeto é a facilidade no financiamento de projetos, de comum acordo com os setores privado e público.

As possibilidades proporcionadas pela conectividade da ferramenta são inúmeras. Desde o intercambio de profissionais a prestação de serviços de centros de ensino em outros estados e os estudos desenvolvidos em parceira. Uma instituição do RN poderia ceder ou comercializar uma tecnologia aqui desenvolvida a uma empresa da Bahia, por exemplo. “O reuso da infra-estrutura é uma das virtudes da rede”, afirma sobre o repasse de equipamentos. A palavra-chave é cooperação.

O professor da PUC-Rio Alexandre Street, também contratado para o projeto, cita a “tropicalização” dos equipamentos, ou seja, o desenvolvimento de aparelhos específicos para os ventos brasileiros. “Temos ventos específicos e é necessário extrair com mais eficiência, barateando e, assim consolidando a energia eólica como matriz”, explica. Atualmente, em território brasileiro, são utilizados equipamentos de tecnologia estrangeira.

Grata surpresa
Para os professores, as reuniões com as instituições de ensino local – aí são incluídas UFRN, IFRN, UnP, CTGás e outras que desenvolvem estudos na área – foi uma grata surpresa. A qualidade das diversas pesquisas realizadas no estado surpreenderam os professores.

De acordo com o diretor Norte-Nordeste da ABBeólica, Pedro Cavalcanti, o RN apresenta um ambiente propício para o investimento do empresariado. Além da situação privilegiada pelos ventos, fatores políticos e científicos também contribuem para tornar ó estado um bom local para o desenvolvimento da energia eólica.

“O RN tem os melhores centros de pesquisa da região. Geralmente, a academia desenvolve procedimentos acadêmicos de pouca aplicabilidade. Aqui, os centros de excelência unem esses dois ambientes. A Universidade também está voltada para a prática”, disse. O ambiente político é outro fator de destaca, pois, apesar de problemas na infra-estrutura local, a política de atração dos empresários é contínua.

Um workshop será realizado entre 1º a 04 de abril, na UFRN, para discutir a operacionalidade "Rede de Pesquisa em Energia Eólica no Brasil".


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