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07/05/2012 15h55 - Atualizado em 07/05/2012 16h19

Governadora anuncia aumento no preço do leite

Somente em 2010, o RN produziu aproximadamente 629 litros de leite bovino.

Por: Annapaula Freire

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“Caso nós não consigamos juntos, o setor produtivo e o Governo, de mãos dadas, unir esforços para salvar o rebanho, realmente, o panorama é dos piores possíveis.” Essa é a descrição do presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, para o momento desfavorável pela qual a produção de leite no RN está passando.

Em reunião realizada na manhã desta segunda-feira (07), no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, representantes da cadeia produtiva apresentaram, ao Governo do Estado e a parlamentares, uma pauta de reivindicações para reverter o quadro negativo. O setor registra defasagens no preço do produto e uma redução de 40% nos últimos três anos.

Em resposta aos produtores, a Governadora Rosalba Ciarlini anunciou o aumento de R$ 0,80 para R$ 0,83 no preço do litro do leite e firmou o compromisso de realizar o pagamento em dia do Programa do Leite, que enfrenta atrasos constantes no repasse ao setor leiteiro. “É o que nós queríamos? Não. Mas é o que foi apresentado como possível pelo Governo do Estado”, assumiu José Vieira. Os produtores pediam a atualização do preço do produto fornecido ao Programa do Leite para R$ 1,04.

Além da Faern, as seguintes entidades apoiaram a pauta de sugestões: a Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), a Associação Norte-rio-grandense de Criadores de Ovinos e Caprinos (Ancoc), a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), o Sindicato dos Produtores de Leite, Carne e Derivados do Rio Grande do Norte (Sinproleite-RN) e o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Norte (Sindleite-RN).

A pecuária leiteira potiguar envolve, cerca de, 25 mil estabelecimentos rurais. Somente em 2010, o RN produziu aproximadamente 629 litros de leite bovino. São 26 unidades inspecionadas de beneficiamento e processamento de leite.

Segundo o documento, os pecuaristas têm sofrido perdas consideráveis ocasionadas pelo aumento expressivo dos custos dos insumos e serviços, pela defasagem do preço do leite pago ao produtor, e problemas climáticos que vem atingindo o estado.

O presidente da Anorc, Marcos Teixeira, alertou para o possível colapso da agropecuária motivado pela seca no estado. 80% dos 165 municípios estão em situação de emergência devido ao fenômeno climático. Para o criador, é preciso incentivos do Estado para que o produtor rural conviva, sem sobressaltos, com esse problema sazonal.

José Vieira defende a adição de ações emergenciais e concretas para reverter os efeitos perversos da seca na pecuária leiteira. “Nós precisamos imediatamente de linhas de créditos desburocratizadas, de fácil acesso, para que os micros, pequenos e médios produtores possam, com esses recursos, poder comprar alimentos e poder salvar seu rebanho”, disse.

Problemas e sugestões de medidas corretivas
Durante a ocasião, foi apresentado um levantamento feito pelo Sebrae RN sobre a atividade a partir de 1996 até 2012. O estudo faz um diagnóstico sobre o setor e apresenta sugestões de medidas corretivas.

“Os insumos e serviços de julho de 96 (quando houve a retomada do Programa do Leite pelo Governo do Estado) até março de 2012 tiveram alta na ordem de 540%. O preço do leite aumentou na ordem de 142%, ou seja, há uma diferença de produção para remuneração na ordem de 399%. Isso significa que o custo para produzir cresceu muito mais do que a remuneração do produtor de leite”, destacou o gestor do projeto Leite e Derivados do Sebrae-RN, Acácio Sânzio.

Segundo a pesquisa do Sebrae, 76,75% do leite inspecionado é destinado ao Programa do Leite.

Outras reivindicações
A lista de 14 sugestões incluía ainda a isenção de ICMS do leite produzido no RN para a comercialização em operações interestaduais. Além de uma ação do Governo do Estado no pleito, junto ao Ministério das Minas e Energia, para uma redução da tarifa elétrica dos agropecuaristas potiguares, durante a seca.


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