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20/11/2012 10h41

RN tem potencial para produzir 20 mil toneladas de tilápia

O RN tem condições de ampliar de cerca de 800 para 20 mil o número de gaiolas para criação de tilápias

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Apesar do baixo volume produzido atualmente, o Rio Grande do Norte tem condições de ampliar de cerca de 800 para 20 mil o número de gaiolas para criação de tilápias em 13 reservatórios públicos liberados para a atividade. Isso representaria um salto produtivo de 20 mil toneladas do pescado por ano, já seguindo a nova instrução normativa da Lei Estadual de número 8.769/2005, que disciplina o uso das águas interiores no estado.

A projeção é do Sebrae no Rio Grande do Norte e foi apresentada pelo diretor técnico da Instituição, João Hélio Cavalcanti Júnior, durante o seminário Pesca, Aquicultura e Carcinicultura, que faz parte da série Motores do Desenvolvimento do RN.

João Hélio Cavalcanti foi um dos palestrantes do seminário, que reuniu ministros, empresários e representantes das instituições ligadas aos setores da carcinicultura, pesca e aquicultura do Rio Grande do Norte. "Há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. O nosso volume de produção ainda é pequeno. Os produtores ainda não têm escala para suprir as demandas exigidas pelo mercado. Falta integração entre todos os agentes da cadeia produtiva e a cultura do consumo de tilápia ainda é restrita. Algo precisa ser feito para reverter essa situação", enfatiza João Hélio Cavalcanti.

A baixa produção potiguar acompanha os números do consumo per capita. No Brasil, são consumidos em torno de 9 a 10 quilos de tilápia por ano e, no Nordeste, são 5 quilos por ano. Embora não se tenha estatísticas oficiais, sabe-se que o consumo per capita no RN fica inferior às médias brasileira e nordestina. Segundo o executivo do Sebrae, há déficit mundial para pescado da ordem de 34 milhões de toneladas, que pode ser suprido através da aquicultura. "Temos condições favoráveis para produzir tilápia assim como camarão", diz João Hélio Cavalcanti comparando com o estado vizinho Ceará, cujo consumo anual é de 30 toneladas de tilápia, apesar de só produzir 20 toneladas.

Na visão de João Hélio Cavalcanti, para reverter o quadro de baixa produção, é preciso ampliar a oferta de alevinagem, produção de ração com preço e volume compatíveis, desoneração de taxas e desburocratização de procedimentos. Durante a palestra, o diretor expôs as vantagens competitivas da tilápia, que começou a ser cultivada no Brasil na década de 50. Esse pescado tem como diferenciais a elevada capacidade de adaptação, baixa mortalidade em condições adversas, alta taxa de conversão alimenta e grande potencial de comercialização.

O diretor também apresentou o trabalho desenvolvido pelo Sebrae junto aos produtores rurais que atuam com essa atividade nos municípios de Apodi, Campo Grande, Governador Dix-Sept Rosado, Rafael Fernandes, São José de Mipibu, São Tomé e Touros. A proposta é fortalecer a cadeia produtiva da piscicultura, garantindo competitividade aliada à preservação ambiental e rentabilidade dos negócios.

Individualmente ou organizados em associações, os piscicultores contam com o apoio da instituição, que passa também pela gestão do negócio, monitoramento e assessoria dos produtores na área de legislação ambiental. Esse última é uma das áreas que são gargalos para os piscicultores, que têm dificuldades de obter as licenças. Empecilho que contribui para a informalidade do setor. "Temos trabalhado muito para estimular o licenciamento e a obtenção da outorga por parte desses pequenos produtores".

Outra frente é proporcionando acesso a mercados para melhoria da competitividade e rentabilidade. Um dos resultados positivos do projeto vem do município de Apodi, onde os produtores, unidos em associação, conseguiram, com o apoio do Sebrae, inserir a tilápia como item da merenda escolar do município.

 

Fonte: Agência Sebrae RN


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