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06/08/2011 07h55 - Atualizado em 05/08/2011 12h25

Sinduscon-RN defende adensamento de Natal

Para Arnaldo Gaspar Júnior, verticalização da cidade pode oferecer melhor infraestrutura para a classe média baixa.

Por: Lidiane Lins

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A revisão do Plano Diretor de Natal (PDN), que está prevista para ser votada ainda neste ano, já está causando polêmica. Uma das propostas de mudança apresentadas até o momento altera o instrumento de outorga onerosa, que corresponde ao valor extra cobrado pelo Município a empresas de construção que pretendem construir acima do coeficiente básico da cidade (de 1.2).

A outorga onerosa é empregada nos bairros localizados em área adensável - nas quais há maior oferta de serviços e melhor infraestrutura - onde é permitido por lei a construção de edificações com até 90 metros de altura.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sinduscon-RN), Arnaldo Gaspar Júnior, essa mudança deve ser implementada visando a melhoria de vida da população em geral, através da permissão para o adensamento da área central de Natal.

"O Sinduscon defende um maior adensamento no município de Natal. A ideia é promover uma maior concentração de pessoas nas áreas mais próximas do centro, onde a população pode contar com mais serviços de infraestrutura completa, ao invés do que vem sendo feito desde a implantação do Plano Diretor de 2007, que acabou empurrando cada vez mais as pessoas para as regiões afastadas de Natal", destacou Arnaldo Gaspar.

Segundo ele, ao invés de procurar soluções para o problema de trânsito para a classe média que circula de carro nos bairros do centro, o PDN deveria apresentar soluções de transporte público em massa para a população que mora mais afastada e trabalha no centro, além de permitir uma maior verticalização da cidade.

"Claro que temos que levar em conta o impacto no trânsito. Um adensamento das áreas do centro de Natal vai impactar ainda mais o trânsito, mas, se o projeto visa trazer a população com renda mais baixa para perto do centro, devemos buscar soluções para melhorar a estrutura de transporte público, ao invés de nos preocuparmos apenas com aqueles que trafegam em seus veículos", disse o presidente do Sinduscon.

"Precisamos rever essa questão de não adensar Natal e temos que prover a cidade de infraestrutura urbana, transporte público e saneamento. E o adensamento traz recursos para isso. Temos que ser mais criativos. Para se ter uma ideia, quando um edifício é construído no lugar em que seria construída uma casa, aumenta a arrecadação de IPTU em 22%".

O presidente do Sinduscon defendeu ainda a necessidade de conscientizar a população para fazer parte desse debate. "O papel do Sinduscon é mostrar que a sociedade tem uma escolha. Queremos que a sociedade reflita sobre esses pontos e discuta nas audiências públicas, para que eles saibam que, quando vierem de Emaús, por exemplo, para trabalhar, saibam porque tiveram que ir morar nos bairros mais afastados da cidade", completou.

 


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