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29/11/2011 20h09

Mesmo sem funcionar, entidades de classe e governo brigam pela gestão da Central de Comercialização da Agricultura Familiar

Inaugurada em 2010, Central está há um ano e oito meses fechada

Por: Marcelo Lima

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A Central de Comercialização de Produtos e Serviços da Agricultura Familiar, inaugurada há um ano e oito meses, permanece de portas fechadas. Além de não haver dinheiro para comprar equipamentos fundamentais para utilização do lugar, a disputa política pela administração da estrutura só contribuiu para que ela continuasse sem funcionar, segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores em Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte (Fetraf-RN), João Cabral.

“O processo de gestão é um problema porque existe muita disputa”, declarou. Segundo ele, Emater, Ceasa e entidades ligadas à agricultura familiar brigam pela gestão da Central, embora nem tenha começado a funcionar.

Localizada no cruzamento entre a rua Jaguarari e a avenida Capitão-mor Gouveia, em Natal, a Central serviria para fazer um ligação direita entre parte dos 105 mil agricultores familiares potiguares e os consumidores da capital. Os natalenses são responsáveis pela compra 70% de tudo que é produzido por essa categoria no Estado. “A Central é uma luta antiga nossa. Ela seria importante porque iria nos livrar um pouco dos atravessadores”, acrescentou João Cabral.

Com o trabalho dos atravessadores, as duas extremidades do processo de venda perdem: os pequenos agricultores têm que vender seus produtos por preços muito baixos, já que não têm condições de bancar o escoamento da produção; os consumidores têm que comprar no preço que os atravessadores decidirem. A venda direta do pequeno produtor ao consumidor traria benefício para os dois lados.

O portal MERCADO ABERTO tentou entrar em contato com a Emater, mas os telefones da instituição estavam bloqueados.

Central subutilizada

O único espaço que tem alguma utilidade é o estacionamento. Desde 2010, no período junino, a Feira do Milho da Ceasa ocupa o estacionamento, mas deixa os pequenos produtores, que vêm do interior, expostos ao sol e as chuvas de inverno.

Em 2010, representantes do governo afirmavam que não havia dinheiro para comprar os equipamentos essenciais para o funcionamento (câmaras frigoríficas, balanças, armários e outros do tipo). Seria necessário cerca de R$ 1,5 milhão. Ainda naquele ano, as autoridades deram a previsão de que a Central realmente começasse a funcionar em julho.

 “Passou o governo anterior e não abriram. Esse governo veio e não fez nada até agora. A gente lamenta que não seja prioridade para esse governo também”, concluiu o presidente da Fetraf.O prédio custou R$ 1,4 milhão, dinheiro que veio do governo do Estado e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O terreno de cinco mil metros quadrados foi doado pela Ceasa.


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