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04/12/2010 07h53 - Atualizado em 04/12/2010 11h41

Mercado de eventos cresce a cada ano na capital potiguar

O Centro de Convenções espera fechar o ano com 260 dias de ocupação.

Por: Felipe Gibson

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Quando se fala nos combustíveis do turismo em Natal, não tem o que discutir. O clima e as belezas naturais ainda são e devem continuar sendo os principais atrativos da cidade. No entanto, apesar de dominante, o lazer não tem sido a única motivação para uma viagem à capital potiguar. Em 2010, um novo filão confirmou o crescimento dos últimos anos e se apresenta como uma tendência daqui para frente: o mercado de eventos.

O fortalecimento deste tipo de turismo em Natal tem se notabilizado nos últimos anos. A confirmação veio em 2010, com o Centro de Convenções esperando fechar dezembro com 260 dias de ocupação, realizando entre 100 e 110 eventos. Para o diretor executivo da Cooperativa do Desenvolvimento da Atividade Hoteleira e Turística do Rio Grande do Norte (Coohtur), Naílson Azevedo, a modernização do Centro, a realidade econômica do país e o bom trabalho na captação foram essenciais. Somados à estrutura da hotelaria, rede de bares e restaurantes, além dos atrativos próprios da cidade, formou-se um conjunto que colocou de vez a capital potiguar no mapa dos eventos.

De acordo com Naílson Azevedo o bom momento da economia aliado à necessidade de atualização profissional exigida nos dias de hoje têm criado o ambiente favorável ao mercado. "Eventos refletem realidade econômica do país. A tendência é crescer, pois no mundo tecnológico a economia de escala cresce em velocidade", analisa o diretor executivo da Coohtur.

Em paralelo à série de fatores que influenciam o mercado, o trabalho de captação de eventos também tem se mostrado fundamental. Em números, o diretor presidente do Natal Convention Bureau, George Costa, conta que desde 2007 o mercado de eventos cresce 20% por ano em Natal. Entre os que mais ocupam o calendário, os congressos na área médica são maioria, representando 40% dos eventos realizados no Centro de Convenções. Além de especialidades da Medicina, se destacam na agenda congressos acadêmicos e feiras.

O crescimento dos últimos três anos coincide com a ampliação do Centro de Convenções, que em 2007 inaugurou o Pavilhão Morton Mariz, hoje o mais procurado pelos clientes. Com 4.300 metros quadrados, o espaço é alugado em sua totalidade por R$ 12.000, preço que pode variar de acordo com a área utilizada. O aluguel dele e de todos os outros setores é revertido em melhorias no próprio Centro de Convenções, já que a administração da Coohtur, responsável pelo local desde 1999, não tem fins lucrativos.

Naílson Azevedo conta que o ganho para os representantes do turismo vem indiretamente, "com o movimento da economia da cidade e consequentemente do negócio". Para o diretor executivo da Coohtur a vinda de eventos corporativos é o que traz a maior riqueza no contexto do turismo de negócios, com um público de classe média alta, que se hospeda e também gasta na cidade.

O empresário e diretor da Espacial Eventos, Neivaldo Guedes, calcula que cada turista gasta em média R$ 400 durante os dias que passa na cidade. Segundo Guedes, no atual calendário de eventos, que costuma ficar concentrado entre março e dezembro, estão previstos dois eventos com mais de 2.000 pessoas a cada mês.

"O dinheiro chega de para quedas, o turismo distribui a diversos segmentos da sociedade de forma imediata. O pescador nem sabe porque está vendendo todo peixe e teve que pescar de novo", reforça o diretor da Coohtur, Naílson Azevedo.

Concorrência e futuro

Não é exclusividade de Natal o investimento no setor de eventos. Outros estados do Nordeste, como Ceará, Pernambuco e Paraíba já começam a qualificar seus equipamentos para ganhar espaço no mercado. Entre eles o projeto mais ambicioso é o espaço com mais de 70 mil m² que vem sendo construído em Fortaleza. O Centro de Convenções de Natal tem entre 15 e 16 mil m².

Na avaliação de Naílson Azevedo, para fazer frente aos concorrentes o Centro de Convenções de Natal precisa ser ampliado para pelo menos 30 mil m². O diretor executivo da Coohtur acredita que com essa capacidade a capital potiguar estará bem equipada.

Quanto ao risco de perder espaço para outros estados, como o Ceará, Azevedo explica que o espaço cearense não tem variação de tamanhos, deixando o estado na disputa por eventos de grande porte. "Ele vai atingir o mercado dos megaeventos, que corresponde a 10% do total. A disputa é muito grande", diz. No entanto, o diretor executivo da Coohtur ressalta que é preciso acompanhar o desenvolvimento nos vizinhos.

Em Natal, Azevedo explica que a ideia de ampliar o Centro de Convenções pode se concretizar com a construção de um novo pavimento, um primeiro andar que dobraria a capacidade do espaço. "Os governantes precisam entender que o estado tem uma vocação e é preciso investir. O grande fomento desta cadeia são os centros de convenções", completa.

Hoje o Centro de Convenções de Natal conta basicamente com três espaços. O Complexo ABC, de 6.900 m², comporta os auditórios, salas de apoio, salões de exposição e anfiteatro; o Pavilhão das Dunas, de 4.300m², criado para atender feiras e exposições; e o Pavilhão Morton Mariz.

Sobre a construção de outro Centro para atender a demanda crescente, Azevedo acredita que a ampliação do espaço já existente é suficiente. O diretor executivo da Coohtur explica que é preciso levar em conta o fator localização. "Um Centro de Convenções ele não é um equipamento qualquer. Para que a estrutura de fomento funcione é preciso que haja uma cadeia produtiva no entorno de restaurantes, bares e principalmente hotelaria de qualidade", avalia.

Na opinião do diretor presidente do Convention Bureau, George Costa um novo Centro está distante da realidade, mas um novo espaço, de capacidade intermediária, é sim bem vindo. De acordo com George Costa existe uma demanda por eventos de porte um pouco superior a 1.500 pessoas, capacidade limite dos espaços disponíveis em hotéis, por exemplo.

Para o diretor da Espacial Eventos, Neilvado Guedes, uma conquista importante em 2010 foi a inauguração do teatro Riachuelo, do Midway Mall. "Ele tem capacidade de desafogar o centro recebendo, por exemplo, palestras, além de outros eventos", explica.


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