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08/12/2010 11h01

Copom define hoje taxa Selic, na última reunião do ano

A primeira parte da reunião foi realizada ontem e terá prosseguimento na tarde de hoje.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define nesta quarta-feira (8) a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,75% ao ano. Na última reunião deste ano do comitê, a expectativa dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central é de manutenção do atual patamar da taxa. A primeira parte da reunião foi realizada ontem e terá prosseguimento na tarde de hoje.

Essa expectativa foi reforçada após anúncio de medidas pelo BC, na última sexta-feira (3): ampliação do recolhimento compulsório em R$ 61 bilhões (recursos que os bancos são obrigados a deixar no BC e assim não podem emprestar para os clientes) e aumento das exigências na hora de conceder crédito ao consumidor. Essas medidas podem tornar o crédito mais caro e reduzir o ritmo da atividade econômica e da inflação, como avaliaram o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, e o presidente da instituição, Henrique Meirelles.

Entretanto, o instrumento mais usado pelo BC para controlar a demanda por bens e serviços e, por consequência, a inflação é taxa Selic. O Copom reúne-se a cada 45 dias para definir a taxa. Os sinais analisados na hora de definir a Selic são os dados sobre a expansão da economia, a situação externa e os índices de inflação.

Quando a economia está aquecida, os consumidores têm dinheiro para gastar. Assim, a procura por bens e serviços aumenta e há dificuldade da indústria, do comércio e do setor de serviços de suprir os consumidores na mesma proporção do aumento da demanda. Com isso, a tendência é de que os preços aumentem. O Copom, então, eleva os juros para estimular a poupança e conter a expansão excessiva da demanda. O comitê também pode não mexer nos juros básicos quando acredita que o patamar da taxa é suficiente para gerar equilíbrio entre o que se produz, o que se compra e os preços. Ou ainda reduzir a taxa Selic se o objetivo for aquecer o mercado consumidor e estimular a atividade econômica.

Todo ano, o BC tem que perseguir uma meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, formado pelo presidente do Banco Central e pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão. A meta tem como base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para 2010, a meta de inflação é de 4,5%, com limite inferior de 2,5% e superior de 6,5% (2 pontos percentuais para cima ou para baixo). O BC tem que atuar para que a inflação anual fique em torno do centro da meta. Mas a expectativa dos analistas do mercado financeiro, que vem subindo há 12 semanas, é que o IPCA encerre este ano em 5,78%.

Esta é a última reunião do Copom liderada pelo atual presidente do BC, Henrique Meirelles. Além do presidente da instituição, o comitê também é formado pelos diretores do banco. Entre eles está o de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Tombini, que assumirá a presidência do Banco Central no lugar de Meirelles. Ontem a indicação de Tombini para o cargo foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, após sabatina. A indicação ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Casa.

Tombini é funcionário de carreira do BC e contribuiu para a criação do sistema de metas para a inflação no país, em 1999. Meirelles deixará o Banco Central após oito anos como presidente da instituição.

 

Fonte: Agência Brasil


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