Preço dos serviços aumenta acima da inflação

Setor deve sofrer o maior impacto com o aumento do salário mínimo.

Por: Lidiane Lins

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A redução do desemprego no Brasil e o aumento do salário mínimo foram fatores determinantes para a alta sem precedentes de preços no setor de serviços no país. De acordo com levantamento da ABM Associados, serviços como aluguel, cinema, estacionamento e médico tiveram aumento de mais de 10% acima da inflação. O Serviço bancário aumentou 12%, o hotel 13% e mudança 16%, nos últimos 12 meses.

Uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) analisou o aumento de preços de bens e serviços no país desde o começo dos anos 2000 e mostrou que, entre 2005 e 2011, eles encareceram mais do que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Antes disso, os responsáveis pela inflação eram os alimentos e os preços monitorados, isto é, as tarifas de telefonia e de luz, os combustíveis e os transportes públicos.

O Ipea revelou que, quatro anos atrás, a inflação oficial ficou em 4,4%, enquanto o custo do trabalho dos prestadores avançou 5,2%. Nos anos 2000, os serviços haviam encarecido 3,2%, abaixo do IPCA de 5,9%.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte (Corecon), Janduir Nóbrega, o aumento do preço cobrado pelo setor de serviços é considerado normal e acompanha o ritmo de crescimento da economia brasileira.

"É uma tendência natural que o setor de serviços se mantenha nesse patamar. Com a economia aquecida, mais dinheiro circula no mercado, as pessoas têm mais recursos para gastar, então o preço dos serviços aumenta", disse o economista.

Segundo Nóbrega, o reajuste do salário mínimo para R$ 619,21, já aprovado para 2012, deve impactar ainda mais o aumento dos preços cobrados no setor de serviço de todo o país. "Além do crescimento no preço cobrado, o setor também cresce no número de profissionais atuando nele a cada ano. Muita gente é atraída para ele, pela possibilidade de ganhar mais dinheiro do que ganhava em seus antigos empregos".