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26/11/2010 11h30 - Atualizado em 26/11/2010 11h34

Pressão inflacionária e real forte desafiam nova equipe econômica

A meta de inflação do governo para 2010 é de 4,5%, com uma tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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A valorização do real e a expectativa do mercado de que a inflação brasileira possa ultrapassar 6,5% colocam pressão sobre a nova equipe econômica anunciada nesta quarta-feira, diz a revista "The Economist" em sua edição mais recente.

A meta de inflação do governo para 2010 é de 4,5%, com uma tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
A reportagem afirma que os gastos do governo federal aumentaram 27% no ano até agora, "sob a justificativa de (serem) pró-desenvolvimento", mas lembra que Dilma prometeu cortar impostos, controlar os gastos públicos e domar a pressão inflacionária.

"O excesso de gastos causou superaquecimento na economia, alimentando a inflação. (...) Um primeiro teste para Alexandre Tombini (escolhido pela presidente eleita Dilma Rousseff para o Banco Central) após a posse será quanto se aumentarão as taxas de juros para conter a inflação", diz a revista.

Como Dilma declarou que almeja uma taxa real de juros menor que a atual, "fazer isso sem ultrapassar a meta de inflação vai exigir uma política fiscal muito mais apertada", analisa a "The Economist".

O outro grande desafio observado pela revista é o do conter a valorização do real, "impulsionada em parte pelas altas taxas de juros" e num momento em que a política monetária é objeto de discussão internacional.

A "Economist" lembra que foi o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, que cunhou o termo "guerra cambial" e criticou a política monetária adotada pelos Estados Unidos por "direcionar dinheiro para lugares como o Brasil" - política que tende a valorizar a moeda brasileira ainda mais.
Desconfiança

Mas a revista faz uma ressalva aos desafios brasileiros: "Como tanto a inflação quanto o real forte são causados pelo crescimento, (ambos) são o tipo de problema que muitos outros governos adorariam ter".

A revista lembra que o mercado viu inicialmente com desconfiança a primeira eleição de Lula, em 2002, mas o presidente "acalmou os nervos" dos investidores após as nomeações de Henrique Meirelles para o Banco Central e Antonio Palocci para a Fazenda.

"Acima de tudo, (Dilma) Rousseff certamente estará consciente do exemplo de Lula, que assumiu enfrentando dúvidas muito mais sérias quanto a sua retidão fiscal - e (apesar disso) está deixando o cargo como o presidente mais popular da história do país", diz a revista.

 

Fonte: BBC Brasil


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