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27/08/2015 11h07

Maioria dos MPE dá desconto para quem paga à vista

Sete em cada dez micro e pequenos empresários dos setores de comércio e de serviços afirmam que cobram um valor mais baixo para quem opta pelo pagamento em dinheiro.

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Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que a prática de oferecer descontos para clientes que pagam à vista é bastante comum entre empresas de pequeno porte, tanto nas capitais como no interior. Sete em cada dez (68,5%) micro e pequenos empresários dos setores de comércio e de serviços ouvidos no levantamento afirmaram que têm o costume de cobrar um valor mais baixo para quem opta pelo pagamento em dinheiro. A estratégia é usada, principalmente, para driblar as taxas de transação dos cartões de crédito e de débito, já que 38,8% dos empresários oferecem o valor que pagariam à operadora como desconto para o cliente no pagamento à vista.

"Para o consumidor, o jeito mais fácil e direto de conseguir um desconto é pagar à vista. Para o lojista ou prestador de serviço, a estratégia também pode ser vantajosa, já que a cada transação realizada ele precisa pagar uma comissão para as operadoras de cartão, além de esperar 30 dias para receber o dinheiro da venda", explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

Cartão de crédito é o meio de pagamento mais usado

Embora o dinheiro vivo ainda seja a opção mais aceita pelos micro e pequenos empresários (97,9%) nas vendas e contratações de serviços, o cartão de crédito lidera (39%) como o meio de pagamento mais recebido nas vendas- principalmente no setor de comércio. A modalidade ficou um pouco à frente do dinheiro vivo (38,4%) e foi bem mais mencionada do que outros instrumentos, como boleto bancário (7,4%), depósito em conta (4,4%), cheque pré-datado (4,1%), cartão de débito (3,6%) e crediário (1,3%).

Os especialistas do SPC Brasil explicam que o surgimento de tecnologias mais baratas e o fim da exclusividade entre credenciadoras e bandeiras estimularam a concorrência no setor de cartões, proporcionando às empresas de menor porte, incluindo profissionais autônomos e até mesmo trabalhadores informais, a possibilidade de experimentarem as transações eletrônicas como forma de pagamento.

"Um dos grandes benefícios para as empresas que trabalham com cartões é a diminuição do risco da inadimplência, já que o pagamento é garantido pelos bancos. Como a tendência é que cada vez mais brasileiros tenham acesso aos cartões, aceitar esta modalidade de pagamento se transformou em investimento", diz o presidente da CNDL.

Custos com taxas é desvantagem

Os meios eletrônicos de pagamentos podem trazer benefícios e mais praticidade para o dia a dia dos pequenos empreendedores. Dentre os empresários ouvidos pela pesquisa, 57,9% citam a garantia de recebimento do valor da compra como a principal vantagem ao se operar com cartões de crédito. Quando se leva em consideração os cartões de débito, o percentual é de 46,3%.

A competitividade em relação aos concorrentes que não aceitam cartões (13,5%), a possibilidade de atrair novos clientes com uma oferta maior de opções de pagamento (10,5%) e a comodidade, por não ter que ir ao banco fazer depósitos (10,2%), também são vistos como benefícios aos olhos dos empresários entrevistados.

Por outro lado, as taxas praticadas pelas operadoras de cartão se destacam como as principais queixas dos empresários. Gastos com as transações e com o aluguel da maquininha (65,7% para cartões de crédito e 61,2% para cartões de débito) são lembrados como a desvantagem mais sentida pelos empresários. Há ainda os que recordam os transtornos quando o sistema da máquina de pagamento sai do ar (8,8%).

"Oferecer o pagamento no cartão é vantajoso sob vários aspectos, mas é preciso analisar o custo-benefício das transações através de um planejamento. O comerciante precisa se atentar ao fato de que ele paga um custo fixo para usar as máquinas e arca também com um custo variável, que é um percentual sobre as vendas", alerta o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges.

Maioria do pequeno empresário vende a prazo

O levantamento mostra também que sete em cada dez (76,4%) micro e pequenos empresários oferecem aos seus clientes o parcelamento como opção de pagamento. Apenas 16,8% dos empresários entrevistados não aceitam financiamento na hora de fechar suas vendas, trabalhando apenas com o pagamento à vista.

Dentre o universo de empreendedores que oferecem a possibilidade do cliente parcelar as compras, 36,4% garantem que mais da metade de todas as suas vendas são feitas a prazo. O parcelamento em até três vezes é prática usual para mais de um terço desses empresários (33,9%).

 

Fonte: SPC Brasil/CNDL


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