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08/01/2015 11h27

Brasil tem mercado de 17 milhões de clientes potenciais para microcrédito

Com crédito R$ 1,5 mil ou R$ 2 mil, microempreendedores transformam seu negócio e até sua vida, afirma presidente da CAIXA CRESCER

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Existem atualmente no país 17 milhões de clientes potenciais para o Microcrédito Produtivo Orientado (MPO), sistema operado pela CAIXA CRESCER, empresa com modelo de gestão privada que tem como acionista a CAIXA Par, subsidiária da Caixa Econômica Federal. O presidente da Empresa, João Carlos Garcia, um entusiasta dos microempreendedores individuais (MEI), estima que estes pequenos negociantes tenham, no global, faturamento bruto anual de aproximadamente R$ 120 milhões. 

A CAIXA CRESCER detectou o potencial destes pequenos negociantes e está atuando em 25 cidades metropolitanas, atendidas por ter maior potencial de empreendedorismo. Ao todo, 900 orientadores de crédito da CAIXA CRESCER estão sempre em busca de novos negócios com os MEIs.

Para este ano, a CAIXA CRESCER planeja ampliar suas operações para o Norte do Brasil. Atualmente, o Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense são os locais de maior potencial de negócios. A liderança dos cariocas deve-se à retração econômica que o estado viveu nos últimos 40 anos, com a transferência de muitas empresas para São Paulo. "O Rio sofre pela inexistência de mercado estável de empregos, pois as atividades são sazonais e voltadas aos serviços. O Rio não absorve mão de obra qualificada", explica João Carlos Garcia.

"As pessoas já têm iniciativa para serem empreendedores. Falta apenas formalizar o ambiente de negócios, o acesso destas pessoas ao crédito e produtos condizentes e adequados às necessidades destas pessoas. A CAIXA CRESCER tem conhecimento de mercado, produtos, capilaridade, gente qualificada e tecnologia para chegar junto a estes empreendedores", afirma.

Como exemplo, lembra que a atividade econômica é extremamente forte e crescente nas periferias das grandes cidades. Em muitas casas dessas áreas, conta, é possível encontrar placas de 'vende-se salgados', 'faz festa', conserta-se eletrônicos'.  "Tem de tudo nestas áreas. As pessoas estão sempre tomando iniciativas de montar seu próprio negócio e sobreviverem desta atividade. Isto demonstra uma imensa criatividade da população brasileira na busca do seu sustento, junto com perseverança e tenacidade muito grandes".

Soluções

"O microcrédito brasileiro, pelo tamanho da nossa economia, é maior que aquele concedido pela Índia e China, países que criaram esta modalidade de empréstimo", cita. O piso do microcrédito no Brasil é R$ 300,00 e pode chegar a R$ 15 mil. Na Índia e China, o valor médio (tíquete, no jargão financeiro) é de US$ 100, apesar de já trabalharem com este tipo de negócio há mais de 40 anos. "Aqui no país você concede R$ 1,5 mil ou R$ 2 mil a estas pessoas e elas transformam seu negócio e até sua vida", disse o presidente.

Na avaliação de João Carlos Garcia, em primeiro lugar, é preciso fazer as operações dos clientes do Microcrédito Produtivo Orientado darem certo. O segundo aspecto é como levar este negócio às pessoas que precisam e que estão nas periferias dos grandes centros urbanos.

Consolidação em dois anos

Um novo negócio, na estimativa do presidente da CAIXA CRESCER, leva em torno de dois anos para encontrar ponto de equilíbrio entre a despesa e a receita. Ele citou estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que mostra que 80% das novas organizações têm vida média de dois anos.

Ele lembra que, como resultado das crises financeiras internacionais nas décadas de 1980 e 1990, muitas pessoas se transformarem em empreendedores pela falta de emprego no mercado. Na sua avaliação, estas pessoas não estavam preparadas para a iniciarem negócios. "O maior erro desses empreendedores, das classes de maior poder aquisitivo, foi empregar o dinheiro todo de uma vez só", disse ele, ao defender a preparação de um plano de negócios, com fases de aporte de capital, que deve ser desenvolvido gradativamente, mediante a definição do início das operações e recebimento dos pagamentos.

No caso do microempreendedorismo, afirma ele, a situação é diferente uma vez que o empresário geralmente não tem despesa com empregados - pois a mão de obra é familiar -, não paga aluguel e tem instalações mais simples. "O mundo do microempreendedorismo é muito pé no chão. O cara faz até onde o braço alcança", define.

Fonte: Agência Caixa de Notícias


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