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06/08/2011 07h06 - Atualizado em 08/08/2011 08h34

Sadia e Perdigão correm contra o tempo para consolidar fusão

O Cade, órgão máximo de defesa da concorrência, elaborou um conjunto de requisitos com 220 ações para unificar as empresas.

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A novela sobre a fusão das marcas Sadia e Perdigão tem novo capítulo. Após as comemorações pelo fato do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), ter aceito o pedido de fazer duas empresas um só. Agora a equipe executiva corre contra o tempo para consolidar a Brasil Foods (empresa resultante da fusão), que tem como presidente, o executivo José Antônio Fav.

No amplo projeto de fusão realizado pela consultoria McKinsey em março de 2010, não estava previsto as restrições impostas pelo Cade, órgão máximo de defesa da concorrência, que após uma análise das operações elaborou um conjunto de requisitos com 220 ações para unificar as empresas.

Metade delas já saiu do papel antes mesmo da aprovação do negócio, em áreas como a de compras de matéria-prima - tudo com autorização do Cade.

Como o acordo firmado com a autarquia obriga a venda de um pacote de 12 marcas e dez fábricas até julho de 2012 e a suspensão por até cinco anos de 15 linhas de produtos da Perdigão, o novo desenho da operação vai exigir adaptações.

Para cuidar delas, em julho um grupo de 30 executivos formado por diretores e gerentes de todas as áreas foi destacado para comandar essa maratona - sob a supervisão de Fay, que deverá se reunir a cada 15 dias com a equipe até o fim deste ano.

Desde o início do ano, as estruturas de Perdigão e Sadia ocupam o mesmo prédio - mas cada empresa em andares independentes. Neste mês, os profissionais das mesmas áreas passam a trabalhar fisicamente juntos e não será mais possível diferenciar quem era da Sadia de quem era da Perdigão.

Uma vez juntas, as equipes terão de enfrentar a maior mudança - a redefinição da área comercial. Além de representar um corte de 13% em seu faturamento, de 22 bilhões de reais em 2010, a venda das marcas mais populares, como Rezende e Wilson - imposta pelo Cade -, diminuirá a versatilidade da empresa para atuar com diferentes posicionamentos de preço.

Desafio
No rearranjo do portfólio, a BRF também terá seu maior desafio para integrar os profissionais da área comercial. A principal incógnita gira em torno dos 550 vendedores - de um total de 4 200 em toda a companhia - responsáveis pelas marcas que serão vendidas.

A empresa se comprometeu a não demitir ninguém. Outra parte importante será redistribuir a produção de seus 3 000 itens em suas 50 fábricas remanescentes espalhadas pelo país.

A venda de fábricas, a princípio, não prejudica a capacidade de produção da BRF, já que junto com elas a empresa perde um pacote de marcas e ainda terá de suspender linhas de produtos. A logística, segundo a empresa, não será afetada - a BRF permanece em todos os 11 estados em que estava presente.

 

Fonte: Portal do Agronegócio


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