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18/08/2011 11h10 - Atualizado em 18/08/2011 14h27

Especialista aponta cenário de insegurança para fraco desempenho do RN no leilão

“Investidores da eólica precisam de mais segurança da viabilidade dos projetos no RN”, diz Jean-Paul Prates.

Por: Lidiane Lins

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Contrariando a expectativa de todos, o Rio Grande do Norte ficou em último lugar no leilão federal de energia eólica, realizado na quarta-feira (17). O estado teve o menor número de projetos vendidos no certame, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Hoje haverá um segundo leilão, dessa vez de energia de reserva.

O Rio Grande do Norte entrou no leilão de ontem com uma oferta de 75 projetos, somando 1989 megawatts de potência. Destes, apenas dois foram emplacados, correspondendo a um total de 52.8 megawatts, e um índice de sucesso de 2,5%. O estado ficou atrás do Rio Grande do Sul (com 21 projetos), Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí.

De acordo com o ex-secretário estadual de Energia e atual diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates, a partir de agora o setor eólico do estado deve trabalhar para corrigir os erros que certamente ocorreram nesse processo, causando a insegurança dos investidores do RN.

"Esse é o momento de avaliar o que deu errado, pois certamente existe alguma razão para que os investidores do estado tenham segurado os projetos, sem reduzir os preços. Agora é preciso fazer o dever de casa e preparar melhor para o leilão do ano que vem", destacou Prates.

Na opinião de Prates, a audiência pública que foi realizada segunda-feira (15), às vésperas do leilão, também não ajudou a dissipar a sensação de insegurança dos investidores. A audiência, promovida pela Assembleia Legislativa, discutiu os rumos do desenvolvimento da energia eólica no RN, como uma mudança na regulamentação do setor.

Os altos custos de instalação e produção, assim como os já conhecidos entraves logísticos são problemas existentes no estado que podem ter contribuído para o resultado negativo no leilão desta quarta-feira. Segundo Prates, "muitos desses fatores têm sido motivos de queixa por parte dos investidores".

No leilão de ontem, projetos de fontes como gás natural, energia hidrelétrica e biomassa também entraram na disputa, concorrendo com os projetos de energia eólica. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o leilão negociou 285,509 milhões de megawatts, movimentando R$ 29,14 bilhões. Para Jean-Paul Prates, no entanto, a participação de outras fontes de energia não teve efeito direto sobre o desempenho do RN no leilão.

"Os preços das eólicas - R$ 99 Mwh - ficaram abaixo das hidrelétricas, que ficaram em torno de R$ 102 o Mwh, da biomassa, com R$ 102,41 o Mwh, e do gás natural, que ficou em R$ 106,26 o Mwh. No fim das contas, elas disputaram apenas entre si", disse.

 


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