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29/01/2014 08h16

Intenção de investimento da indústria é a menor desde 2010

A retração nas intenções de investimentos ocorre provavelmente porque 82,9% das empresas consideram que a capacidade produtiva atual está adequada ou mais do que adequada para atender à demanda prevista para o ano

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As indústrias brasileiras planejam investir menos neste ano. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que o percentual de empresas industriais com intenções de investir caiu de 83% em 2013 para 78,1% neste ano. "Desde 2010, quando a pesquisa teve início, o percentual de empresas que pretendem investir nunca foi tão baixo", informa o estudo divulgado nesta terça-feira (28).

A retração nas intenções de investimentos ocorre provavelmente porque 82,9% das empresas consideram que a capacidade produtiva atual está adequada ou mais do que adequada para atender à demanda prevista para o ano. Entre as empresas que pretendem investir, 55,8% têm planos de continuar projetos anteriores e 37,6% querem iniciar novos projetos.

Ainda entre aquelas que têm planos de investir neste ano, 91,9% planejam comprar máquinas e equipamentos, percentual similar ao do ano passado. Dessas, 62,1% têm intenções de importar máquinas e equipamentos, menos do que os 73,7% de 2013.

De acordo com a pesquisa, o principal objetivo dos investimentos de 26,8% das empresas será a melhoria do processo produtivo. Outras 24,7% têm como prioridade os projetos para o aumento da capacidade de produção e, 14,2% investirão, principalmente, na introdução de novos produtos. "As empresas estão investindo na busca da eficiência e da maior competitividade", avalia o gerente executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Em 2013, 30,6% das empresas priorizaram os investimentos na melhoria do processo produtivo e 11% na introdução de novos produtos.

MERCADO INTERNO - Além disso, a pesquisa confirma que os investimentos da indústria brasileira são voltados especialmente ao mercado interno. Entre as empresas que pretendem investir, 79,6% têm como foco o mercado doméstico, enquanto que apenas 3,6% se concentram no mercado externo. O percentual de empresas cujos investimentos são voltados somente ou principalmente para o mercado externo vem caindo. Era de 5,1% em 2010.

Isso é resultado da perda de competitividade da indústria brasileira, com a elevação de custos e as dificuldades logísticas, explica Castelo Branco. "Reduzir os custos de produção e melhorar a produtividade das empresas são cruciais para o aumento da competitividade brasileira", completa o economista.

No ano passado, 79,7% das empresas investiram. Esse número é muito próximo dos 78,7% registrados em 2012 e praticamente 10 pontos percentuais inferior aos 89,6% de 2010. "Em média, 62,9% dos investimentos de 2013 foram financiados com recursos próprios", diz a pesquisa.

Para este ano, a indústria pretende, em média, financiar 54,9% dos investimentos com recursos próprios. Os empresários dizem que o principal risco para os investimentos em 2014 é a incerteza econômica (60,9% das assinalações). Em seguida, com 38,5% das respostas, vem a reavaliação da demanda ou a elevada ociosidade e, em terceiro lugar, com 29,2%, aparece o custo do financiamento.

"O investimento é um projeto de risco. Para ele se materializar, o empresário precisa ter confiança no mercado e no ambiente de negócios. A economia brasileira nos últimos anos tem crescido pouco e isso acaba produzindo um ambiente de maior incerteza com relação à demanda e à rentabilidade dos projetos de investimentos", diz Castelo Branco.

A pesquisa foi realizada entre 18 de outubro a 25 de novembro do ano passado com 684 empresas, das quais 286 de grande porte, 299 médias e 99 pequenas.

 

Fonte: Fiern


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