O governo federal essa semana, resolveu aumentar a transparência sobre os seus números. Até porque pouca gente acreditava nos números e projeções que o governo vinha divulgando, diante do que se está vendo no dia a dia, nas ruas e nos noticiários de uma maneira geral.
O governo começou a semana revisando para baixo a previsão de crescimento do nosso Brasil, da nossa economia ao longo deste ano. Havia uma expectativa de queda de pouco mais de 1% do nosso PIB, agora essa queda já deve chegar próximo dos 2%. Uma retração da atividade econômica. Também reviu para cima a inflação, que muitos especialistas já falavam que poderia chegar próxima dos dois dígitos ao longo do ano. O governo mantinha a sua expectativa de inflação na casa de 7% e agora já fala em algo próximo dos 9%. E aí, mais uma vez, os especialistas aumentam o pessimismo e dizem que se o governo assume até próximo de 9% é certo que passaremos dos dois dígitos na inflação ao longo de 2015.
Para completar, o governo também se viu obrigado a anunciar os dados do IBGE relativos ao desemprego. As seis principais regiões metropolitanas do Brasil apresentaram a maior taxa de desemprego desde maio de 2010, próxima dos 7% a média, com pico de quase 13% na região metropolitana de São Paulo, que é a maior e mais importante da nossa economia. E aí, na esteira, principalmente da crise do setor automobilístico, que viu suas vendas até maio despencarem quase 50%.
Nesse contexto, o governo viu também aprovar na câmara, depois de todo circo armado pelo presidente Eduardo Cunha, um aumento na taxação sobre a folha de pagamento, diminuindo a isenção que havia sido dada há cerca de quatro anos pelo próprio governo. Agora as empresas que pagavam 1% sobre seu faturamento em relação ao INSS passam a pagar 2,5% e aquelas que pagavam 2% passam a pagar 4,5%. O assunto ainda será discutido no senado mas essa medida já havia passado pelo senado então é muito provável que tenhamos esse aumento na folha de pagamento das empresas.
Então o cenário de hoje não é nada bom, infelizmente. E as notícias ruins só continuam surgindo, e o governo não anuncia nada que possa redundar em cortes na sua própria carga, nos seus próprios gastos. Esta sim, seria uma medida defectiva para começarmos a retomar nosso rumo.