Empregos: RN se recupera em agosto mesmo abaixo dos últimos anosIndústria de transformação puxou o desempenho potiguar principalmente devido a safra agrícola para produção de álcool. |
Por: Felipe Gibson
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A geração de empregos no Rio Grande do Norte teve o melhor desempenho do ano em agosto, com 4.596 carteiras de trabalho assinadas. Mesmo assim, o desempenho foi o pior dos últimos cinco anos na série histórica, o que demonstra a desaceleração da economia em 2011. Houve crescimento de 1,18% na comparação com julho, acima do índice brasileiro (0,51%). A queda, principalmente em relação ao ano passado, ocorreu também em nível nacional com 108.969 carteiras assinadas a menos do que o mesmo período de 2010.
A indústria de transformação puxou o desempenho potiguar e mostrou recuperação frente aos últimos meses com 1.952 novos empregos. De acordo com a gerente da unidade de Economia e Estatística da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Sandra Cavalcante, a retomada do setor foi possível graças ao resultado surpreendente da cadeia das indústrias química, farmacêutica e veterinária, que abriu 1.719 novas vagas.
“O crescimento dessa cadeia está relacionado diretamente à safra agrícola, que além de influenciar a agropecuária com a cana de açúcar, teve efeito na indústria química devido a produção de álcool”, explica Sandra Cavalcante. Após a indústria de transformação, a agropecuária continua a lista dos que mais empregaram, assinando 1.547 novas carteiras de trabalho. No caso do RN, a fruticultura irrigada também impulsiona a empregabilidade do setor.
Após ter se estabilizado em julho, quando teve 27 demissões, o setor de serviços voltou a figurar entre os que mais empregam com a abertura de 940 vagas em agosto. O comércio empregou 157 pessoas e a atividade extrativa mineral assinou mais 72 carteiras de trabalho.
Os únicos que tiveram mais demissões do que admissões foram os setores de construção civil e serviços industriais de utilidade pública, com déficits de 58 e 38 empregos, respectivamente. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil do RN (Sinduscon/RN), Arnaldo Gaspar, mostra estabilidade na atividade, visto que as vagas perdidas representam uma porcentagem mínima ante os 40 mil postos de trabalho existentes no setor.
“No início do ano o governo federal adotou medidas para o esfriamento da economia com aumento de juro e crédito mais difícil. O reflexo veio agora” avalia Gaspar, explicando o desempenho potiguar na geração de empregos durante o ano. Para se ter ideia, mesmo como mês mais positivo para o estado do ano e possuindo a quarta melhor variação positiva do país, agosto esteve longe das médias do RN nos três anos anteriores, que tiveram números cima dos 6.700 empregos.