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14/05/2012 09h16

Novo preço mínimo do trigo gera incertezas

O anúncio do novo preço mínimo do trigo, um acréscimo de 5% preocupa os triticultores.

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O trigo pão passa a R$ 30,06 a saca, - o equivalente a cerca de US$ 260 a tonelada - que hoje está acima dos preços praticados no comércio internacional. Na Argentina, a cotação do trigo neste momento está entre US$ 239 e US$ 249 a tonelada.

"Temos um preço mínimo para o trigo padrão um pouco acima do mercado internacional. O que é um indicativo, pelo menos para este momento, que o governo terá que aportar recursos para acionar seus instrumentos de apoio a comercialização, especialmente o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), que vem sendo utilizado com bastante intensidade", diz o agrônomo da Emater, Ataídes Jacobsen.

Até este momento, em relação à safra passada, já foram comercializadas 1,5 milhão de toneladas beneficiadas por esse programa de apoio a comercialização.

Entretanto, Jacobsen salienta que para o trigo receber os R$ 30,06 ele terá que obter uma força de glúten de 220W - quando antes era 180 W. E esse trigo que os gaúchos colheram no ano passado, com 180 ou mais de W, eles tinham o preço de R$28,62. Jacobsen destaca que se nesta safra eles colherem o mesmo trigo, ou seja, não atingindo 220 ou mais W, o preço que vão receber é R$ 25,02.

"Para a situação do Rio Grande do Sul, salva alguma alteração que ocorrer, a proposta de preço anunciada nesta semana, não nos parece muito boa. Porque, segundo os dados de serviço classificação e certificação da Emater, apenas 33% do trigo colhido no ano passado teve 220 W ou mais de força de glúten. Então, se continuarmos com esse mesmo padrão, a maior parte da nossa safra será comercializada com preço inferior ao do ano passado, ou seja, de R$ 28,60 para R$ 25,00 a saca", explica, apontando que "houve talvez, um certo descuido com relação a esta situação. Mas nos parece que há uma boa vontade por parte do Mapa, no sentido de eventualmente corrigir essa distorção".

Jacobsen enfatiza que, para a realidade apurada até este momento, para a triticultura gaúcha, a medida de preço mínimo ficou aquém do esperado.

Levantamento da nova safra
A Emater ainda não realizou levantamento acerca da primeira intenção de plantio de trigo no Rio Grande do Sul, mas segundo informações colhidas junto a agentes de mercados no setor de sementes e insumos de, a área ocupada com o cereal no Estado deverá aumentar. Em abril, a Conab indicava acréscimo de 10% na área cultivada no Estado.

Diferentemente do que está ocorrendo no Paraná, onde houve redução no cultivo de trigo, principalmente porque o estado tem outra opção - o milho safrinha - que ganhou mais espaço, uma vez que os agricultores não ficaram satisfeitos com os resultados da safra passada -, os gaúchos tendem a ampliar o cultivo também pelo resultado de 2011, onde obteve-se rendimento recorde de 2.941 kg/ha. A área que o cereal ocupou foi de 932.360 hectares, com uma produção de 2.741.716 milhões de t.

 

Fonte: Portal do Agronegócio


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