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16/02/2012 17h42 - Atualizado em 16/02/2012 17h56

Vendedores de artigos carnavalesco estão pouco animados com vendas este ano

Quinta-feira que antecede carnaval é considerada auge da venda de fantasias infantis

Por: Marcelo Lima

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Os vendedores de artigos carnavalescos não estão muito animados com o consumo para este carnaval. No canteiro central da avenida Antônio Basílio, próximo ao cruzamento com a Prudente de Morais, as melhores perspectivas davam como certa o mesmo volume de vendas do ano passado.

Para os mais pessimistas, a previsão de queda nas vendas chega a 20% se comprado com a festa da carne de 2011. Há dez no mesmo ponto, o vendedor João Francisco Nunes faz parte desse segundo grupo.

Ele montou sua barraca há duas semanas no meio da avenida. Segundo João, esta quinta-feira (16) é o ponto alto da procura pelas fantasias infantis, o artigo mais vendido no local. “Como o carnaval dos colégios é amanhã, o povo vem comprar mais hoje”, explicou.

Só na banca de João, cem fantasias ficaram à disposição dos clientes e 30 foram compradas. O vendedor acredita que o crescimento do número de bancas no canteiro é um dos motivos para a queda nas vendas. “Tá fraco. Acho que é porque aumentou o número de bancas, muita mercadoria para pouco cliente”, analisa. De qualquer forma, ele ficará na avenida até domingo de carnaval na esperança de não sair no prejuízo.

Idades do carnaval

Os meninos procuram mais por fantasias de super-heróis, sem se importar com a geração do personagem. Mas nem sempre o pedido pode ser atendido. “Esse ano procuraram por novidades que a gente não tem, o lanterna verde”, destacou.  As meninas preferem ser princesas de contos de fadas, odaliscas e similares.

O filho da cliente Fernanda Rodrigues, de cinco anos de idade, preferiu uma fantasia mais habitual. “Como no ano passado ele foi para festinha de Batman, esse ano ele quis de Homem-aranha”, disse. O disfarce do herói dos quadrinhos saiu por R$ 25. “Tá barato. No ano passado, a do Batman foi o mesmo preço”, comparou.  Na sua banca, João vende fantasias de R$ 15 a R$ 50, sempre com a possibilidade de negociação do preço.

A compra de serpentinas, confetes e outros artigos fica por conta dos adultos.  “A serpentina e a tinta de cabelo, o povo leva pra brincar nas praias, nas fazendas”, explicou João Nunes. Um tubo de serpentina custa R$ 5.

Informalidade

João Francisco Nunes trabalha como escultor durante o resto do ano. “Como minha mulher não está podendo vir, estou dando uma força pra ela aqui na banca”, declarou. Ele trabalhou de carteira assinada há mais de 30 anos por apenas dois meses, em função de um estágio de um curso que fez na extinta Legião Brasileira de Assistência (LBA).

O vendedor é um dos que entram para a estatística do desemprego no Brasil, que em dezembro de 2011 chegou a 4,7% da população economicamente ativa, um menores registrados pelo IBGE desde 2002.

Renda alternativa

No canteiro central da Antônio Basílio também é possível encontrar pessoas que têm emprego formal garantido, mas que não perdem oportunidade de ter um dinheiro extra. Um exemplo é a funcionária pública Irani Pereira, que sempre marca presença no canteiro em períodos como final de ano, carnaval e junino.

Ela aproveitou sua licença prêmio para montar duas bancas de fantasias infantis com cerca de mil peças. O cliente pode escolher entre roupinhas de R$ 30 até vestimentas exóticas de até R$ 120. “O movimento está igual ao do ano passado. Daqui para sábado a gente acaba tudo”, comentou sobre os produtos.

Como possui duas bancas na Antônio Basílio, Irani contratou uma amiga, uma ex-cunhada e a nora para trabalhar para ela neste carnaval. “Sociedade nem com mamãe”, frisou.  

 


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