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20/09/2012 09h36

Produtores querem ampliar exportações com vendas aos EUA

Negociações com autoridades americanas poderão ampliar o período em que os melões brasileiros entram nos EUA isentos de taxas

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Os produtores brasileiros de melão estão de olho no mercado norte-americano, cujo potencial estimado é de US$ 130 milhões, para ampliar as vendas da fruta. Com apoio do governo brasileiro e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), uma comitiva formada por representantes do Sebrae no Rio Grande do Norte, Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex) e entidades que defendem os interesses do setor de fruticultura está nos Estados Unidos.

Eles negociam com as autoridades americanas a alteração do período de isenção do pagamento de tarifas, atualmente concedida entre os meses de dezembro e maio. Fora desse período, os Estados Unidos cobram uma taxa de 28%. Mas os produtores pleiteiam a mudança para o intervalo entre setembro e março, auge da safra no Brasil.

A taxação visa proteger agricultores locais que produzem melão, principalmente, nos estados da Califórnia, Arizona e Geórgia. Entretanto, no inverno, a produção cai e a isenção estimula a compra de frutas, vindas de países em desenvolvimento. "Queremos mostrar que a entrada do melão brasileiro não afetará os negócios de produtores americanos. São poucos os países que produzem a fruta nesse período que estamos propondo, inclusive os Estados Unidos", justifica o diretor técnico do Sebrae no Rio Grande do Norte, João Hélio Cavalcanti, que integra a missão empresarial do Brasil em Washington

Acompanhado do vice-presidente do Coex, Luiz Roberto Barcelos, e do presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Terceiro de Melo, o diretor do Sebrae-RN explica que, se aprovada a proposta, as exportações brasileiras podem aumentar significativamente a médio e longo prazos. E os reflexos serão sentidos já na safra do próximo ano, uma vez que a produção atual já está comercializada com países do bloco europeu - o equivalente a US$ 120 milhões. "Trata-se de uma iniciativa estruturada da fruticultura nacional. Estamos defendendo os interesses do Brasil na relação comercial com os Estados Unidos. Essa pode ser uma porta para que outros produtos também sejam isentos de taxas", explica João Hélio Cavalcanti. Essa é a segunda tentativa brasileira de alterar a chamada janela de vendas, iniciada com visita da presidente Dilma a Barack Obama, em abril.

Pauta de exportação
O melão é o principal item da pauta de exportações de frutas no Brasil, seguido da manga, que lidera a balança comercial em termos de receita. O Rio Grande do Norte, juntamente com o estado do Ceará, domina a produção nacional de melão, que é basicamente enviada para o mercado consumidor da Europa. No caso dos Estados Unidos, os produtores nacionais só aproveitam a ‘janela' de vendas entre os meses de dezembro e janeiro, o que não justifica investimentos para ampliar a produção. Mas, se a proposta for aceita pelas autoridades americanas, o Brasil terá um tempo maior para exportar o melão e se aproximar do volume atualmente enviado à Europa.

Os EUA importam US$ 478 milhões anuais em melões, sobretudo do México, Guatemala, Costa Rica e Honduras, que poderão se opor à proposta brasileira. O ponto favorável, principalmente aos produtores potiguares e cearenses, está relacionado à variedade comercializada no mercado externo, o melão amarelo. Esse tipo é difícil de ser encontrado no mercado internacional, mas é produzido em larga escala nas regiões de Mossoró (RN) e Vale do Jaguaribe (CE).

Outra vantagem é a proximidade dos portos de Pecém (CE), Mucuripe (CE) e Natal (RN) com os Estados Unidos. São apenas oito dias entre esses terminais e o porto de Nova Iorque, por exemplo. Além disso, os dois estados já têm aprovação fitossanitária para exportar para os EUA, já que são declarados áreas livres da mosca da fruta.

 

Fonte: Agência Sebrae RN


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