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09/12/2014 08h19 - Atualizado em 09/12/2014 08h21

Dilma debate pauta trabalhista e situação de trabalhadores da Petrobras

Os representantes de centrais sindicais disseram que a presidenta não se comprometeu com um percentual específico. Eles esperam, no entanto, um índice maior, já que a inflação deste ano vai fechar próxima ao teto da meta, de 6,5%

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Ao se encontrar com presidentes de centrais sindicais nesta segunda-feira (8), a presidenta Dilma Rousseff se comprometeu a manter uma mesa permanente de conversa com os representantes dos trabalhadores, a partir de janeiro, e disse que vai continuar com a política de valorização do salário mínimo. Segundo eles, a presidenta pretende enviar proposta ao Congresso, ainda este ano, corrigindo a tabela do Imposto de Renda, e vai conversar com a Petrobras sobre o pagamento dos funcionários de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

De acordo com Miguel Torres, presidente da Força Sindical, a ideia sugerida a Dilma é que a Petrobras pague à Justiça do Trabalho os salários e a indenização dos trabalhadores, para que eles não fiquem sem receber caso as empreiteiras deixem de honrar seus compromissos. “O que temos, primeiro, é que garantir o direito dos trabalhadores”. As centrais pretendem contactar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para tornar mais claro o assunto.

Segundo Torres, 6 mil trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima, no Recife, estão sem salário há dois meses e mais de mil trabalhadores foram demitidos no Rio Grande do Sul. Ele disse que qualquer obra dessas que parar agora vai deixar muitos trabalhadores na rua. "Não estamos aqui querendo acobertar, tem que punir. [Mas] que puna quem realmente tem que ser punido”, ressaltou.

Sobre a tabela do Imposto de Renda, Dilma prometeu encaminhar ao Congresso medida que reposicione a correção, informaram os sindicalistas. Neste ano, em pronunciamento pelo Dia do Trabalhador, a presidenta declarou que corrigiria a tabela. Logo depois, enviou medida provisória ao Parlamento com o percentual de 4,5% de correção, mas que, por não ter sido votada no prazo, perdeu a validade.

“Nos últimos oito anos é 4,5% [a correção]. Então, não atinge a inflação, e está aumentando a defasagem, as perdas estão muito grandes. Queremos que aumente com a inflação, no mínimo, e tenha um plano que recupere”, avaliou Miguel.

Os representantes de centrais sindicais disseram que a presidenta não se comprometeu com um percentual específico. Eles esperam, no entanto, um índice maior, já que a inflação deste ano vai fechar próxima ao teto da meta, de 6,5%. Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores, disse não ter proposta fechada para uma nova fórmula de correção, mas defendeu que ela seja aperfeiçoada.

“Reivindicamos que continue o processo de proteção ao salário mínimo, programa que foi questionado por economistas conservadores, dizendo que o aumento do salário causa inflação. A presidenta levou essa reivindicação e vai se pronunciar sobre isso brevemente”, informou Vagner. Para ele, o “debate” sobre a manutenção do emprego e a valorização dos salários foi ganho junto à presidenta.

Apesar das reivindicações, o discurso unificado dos representantes de seis entidades sindicais após a conversa foi o de que Dilma está disposta a se reunir periodicamente, nos próximos meses, com as centrais sindicais. “O que foi bom é que ela garantiu uma mesa permanente no ano que vem”, disse Miguel, adiantando que em janeiro será feito um calendário de reuniões, começando pela política de valorização do salário mínimo no primeiro trimestre.

Fonte: Agência Brasil


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