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24/02/2011 16h53

Novo salário tem impactos diferentes no RN

Entre trabalhadores, empresários e sociedade, a discussão divide opiniões e é observada sob pontos de vista diferentes.

Por: Felipe Gibson

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Aprovado nesta quarta-feira (24) pelo Senado, o salário mínimo de R$ 545 aguarda apenas a sanção presidencial para entrar em vigor. Junto ao novo valor, o governo estabelece uma política de valorização até 2014 com base na variação da inflação do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.

Entre trabalhadores, empresários e sociedade, a discussão divide opiniões e tem impactos diferentes. Para o presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores do Rio Grande do Norte (NCST/RN), Joaquim Menezes, o valor do novo mínimo representou uma decepção. "Os trabalhadores sempre querem mais, acreditávamos que viria mais", explica Menezes.

Em consenso com as centrais sindicais, o presidente da NCST/RN avalia que o ideal seria um salário de R$ 560. "Um valor de R$ 600 já é discurso de oposição, mas acreditamos que R$ 560 está dentro do tolerável para o governo", reforça. Com a aprovação apenas dependendo da sanção da presidência, Menezes ressalta que resta esperar por um melhor reajuste em 2012.

Quanto ao empresariado, o mínimo de R$ 545 deve surtir pouco impacto na avaliação do presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/RN). De acordo com Rosado, o novo salário representa apenas um valor de referência, já que as empresas pagam seus funcionários pelos resultados apresentados e não baseados na quantia mínima.

"Antigamente o salário mínimo tinha impacto direto no pagamento dos funcionários, mas atualmente a premiação ocorre em cima do faturamento. A preocupação do empresariado hoje está mais ligada a impostos e alíquotas", analisa Marcelo Rosado. Para o presidente da FCDL, o aumento do salário deve ser visto pelo lado positivo, como sinônimo de mais dinheiro circulando no mercado e crescimento do poder de compra dos cidadãos.

O chefe geral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do RN (IBGE/RN), José Aldemir Freire, opina que o ponto mais forte da discussão não diz respeito ao valor estabelecido pelo governo, e sim à política de valorização do mínimo, segundo a qual até 2014 o salário terá um aumento real com base na variação da inflação do ano anterior e o crescimento do PIB dos dois anos anteriores.

"Mais importante do que discutir o valor, é estabelecer uma regra permanente para o reajuste e ter uma política de aumento", reforça. O economista ressalta ainda que o fato do crescimento salarial estar vinculado ao aumento do PIB é muito positivo, a partir das boas perspectivas econômicas do país para os próximos anos. "A expectativa é que o PIB cresça 7%. Levando em conta a inflação do período, poderemos ter uma alta no salário mínimo na faixa de 12% em 2012", conclui.


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