Cresce a fatia de inadimplentes com mais de 61 anos, revela estudo da Serasa ExperianEstudo que analisa a inadimplência por idade mostra que grupo acima de 61 anos registrou o maior aumento; especialistas dão dicas para garantir tranquilidade financeira e emocional do aposentado |
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Estudo da Serasa Experian sobre a inadimplência por idade revela que a fatia de inadimplentes acima dos 61 anos apresentou o maior crescimento em maio de 2015 em relação a maio de 2014, subindo de 11,8% para 12,2%. Além deste, apenas o grupo representado por pessoas entre 36 e 40 anos também teve aumento da fatia de inadimplentes, porém, menos representativo, saindo de 12,2% para 12,5%. O estudo foi feito O estudo foi desenvolvido pela área de big data da Serasa Experian.
Segundo os economistas da Serasa Experian, o crescimento do volume de crédito consignado concedido de 2014 para 2015 é um dos fatores que impulsionaram o aumento da fatia de inadimplentes com 61 anos ou mais. Como este tipo de crédito oferece menos risco ao banco, há mais facilidade de concessão com relação a outras linhas de crédito. Por isso, em momentos de alta da inflação e aumento do desemprego, muitas famílias recorrem a empréstimos como este.
A grande maioria dos aposentados não alcança o objetivo de uma vida tranquila porque não se planeja com antecedência. Segundo o Indicador de Educação Financeira (IndEF) 2014, elaborado pelo SerasaConsumidor, braço da Serasa Experian voltado ao cidadão, e IBOPE Inteligência, 62% dos jovens de 16 a 24 anos não fazem nenhum tipo de contribuição para a aposentadoria, uma cultura que, segundo os especialistas em finanças, deveria mudar.
Mas mesmo aqueles que, cedo ou tarde, se mobilizam para desfrutar de um futuro tranquilo, poupando para suprir as despesas, estão livres de serem surpreendidos pela necessidade de ajudar financeiramente filhos e outros parentes, provocando um rombo nas próprias economias. Uma pesquisa de julho de 2014, feita pela American Consumer Credit Counseling, organização sem fins lucrativos de Boston (EUA), constatou que uma parcela maior das famílias americanas (uma em cada três) dá mais assistência financeira aos filhos adultos do que aos pais idosos (uma em cinco). “Quanto mais os pais dão aos filhos adultos que, teoricamente, não deveriam depender mais de ajuda, menos conseguem ter para si”, alerta Julio Leandro, superintendente do SerasaConsumidor.
Os especialistas da Serasa prepararam uma sequência de dicas e alertas tanto para aposentados como para aqueles que ainda estão em atividade, mas já pensam no futuro. Veja abaixo ou acesse o link: http://www.serasaconsumidor.com.br/guiaidoso/
Faça seu planejamento
Não se contente com menos – Sempre ouvimos que a vida de aposentado não é fácil, quando o assunto é privações de consumo. Mas esse rótulo traz certo conformismo, que deve ser colocado de lado: conseguir estabilidade financeira com qualidade de vida é possível e depende mais de você do que você imagina.
Não dependa apenas do INSS – Com a tendência de aumento da expectativa de vida do brasileiro e outros problemas relacionados ao cenário econômico do país, fica mais arriscado contar apenas com a previdência social para manter uma aposentadoria tranquila e independente.
Pague o INSS mesmo quando estiver sem trabalho ou na informalidade – Não deixe “buracos” na sua contribuição. O tempo sem pagar retarda a conquista de sua aposentadoria formal.
Poupar é possível – Guardar dinheiro não está necessariamente relacionado com sobras no orçamento e sim com um projeto maior – como a aposentadoria – que nos obriga a cortar gastos para conseguir os recursos mensais voltados ao investimento. Cada orçamento – por menor que seja – tem gorduras que podem ser cortadas: gastos com automóveis, roupas, sapatos, eletrônicos, tratamentos de beleza, terceirização de serviços domésticos, alimentação, etc. Em algum ponto você vai descobrir que dá para fazer cortes em prol de uma aposentadoria tranquila.
Comece a poupar o quanto antes – Pode parecer uma receita batida, mas poupar desde os primeiro anos da vida produtiva é o caminho mais saudável e menos acidentado para conquistar liberdade financeira na fase madura. E também garante aposentadoria precoce, com mais tempo para curtir a vida. O jovem trabalhador deve poupar 10% do que ganha. Ao longo da vida produtiva esse valor pode chegar a 20%.
Entre 80 e 100% de renda sobre o último salário – Quanto mais próximo o valor da aposentadoria do último salário recebido durante a fase produtiva, menos cortes e revisões de despesas serão necessários para manter o mesmo padrão de vida. Portanto, os cálculos para planejar quando e como se aposentar devem considerar essa estimativa.
Nunca é cedo, mas também nunca é tarde – Sem dúvida, quanto mais cedo o planejamento financeiro envolver uma poupança para o futuro mais fácil será economizar e maior a renda para a aposentadoria. Mas o fato de não ter começado cedo não extingui planos de proventos extras. Para isso será necessário economizar mais e por mais tempo, o que pode implicar em manter uma atividade profissional mesmo depois de ter obtido a aposentadoria formal.
Busque algo motivador para seguir trabalhando – Um sonho profissional que ficou para traz pode ser resgatado nesta etapa da vida para motivar quem precisa adiar a aposentadoria. Iniciar uma segunda carreira ou empreender deve estar nos planos de pessoas acima dos 45 anos e que precisam complementar a renda para o futuro. Há também pessoas que amam o que fazem. Nesse caso, se as condições são favoráveis, por que parar? O importante é saber que, nesta fase da vida, sua vontade deve suplantar as inúmeras demandas sociais e familiares. É você no comando.
Calcular as despesas que a aposentadoria deve contemplar – Além dos custos fixos com moradia, alimentação, água, luz, gás, despesas médicas e impostos, devem estar contemplados na renda da aposentadoria gastos com lazer e com demais atividades que promovam qualidade de vida, como um curso de artes ou de idiomas, dependendo do interesse de cada um.
Mais gastos com saúde – Quem segue com o plano de saúde coletivo da empresa depois de se aposentar deve estar preparado para pagar o valor integral, pois os subsídios oferecidos pela empresa são retirados, encarecendo a mensalidade. Além disso, a tendência é que pessoas com mais idade consumam mais medicamentos continuamente. Ambas as situações requerem um planejamento prévio.
Caixa para eventos inesperados – Uma vez aposentado, é ideal que se mantenha um dinheiro separado para eventualidades que não estejam previstas no orçamento mensal. E nem sempre as eventualidades traduzem despesas derivadas de episódios tristes. Um convite para uma viagem de última hora ou a troca de um carro também podem encontrar recursos no caixa voltado aos eventos inesperados.
Investimentos
Escolha o investimento que mais se adapta as suas necessidades – Previdência privada, fundos de investimentos, poupança…são várias as opções de mercado para quem quer guardar dinheiro para um futuro tranquilo. Procure um consultor financeiro ou o gerente do banco para se aconselhar e decidir pelos melhores caminhos.
Pesquise sobre a instituição financeira que irá aportar seu dinheiro – Antes de assinar um contrato, procure o máximo de informações sobre a solidez e confiança da instituição.
Plano de previdência da empresa: nem sempre é indicado – É necessário analisar os benefícios e a solidez do plano de previdência oferecido pela empresa e comparar com a rentabilidade das diversas modalidades de aplicações do mercado financeiro.
Imposto de renda – É importante analisar a declaração de imposto de renda antes de se decidir por um plano de previdência. Os impostos que incidirão sobre o plano dependem do tipo de declaração que é apresentado à Receita Federal.
Monitore os investimentos – O futuro aposentado deve acompanhar os investimentos de longo prazo feitos com fins de acumulação para a aposentadoria. As regras do mercado econômico estão sempre mudando e o que hoje é um bom investimento amanhã pode não ser mais. O investidor deve buscar aplicações com maior rentabilidade, de acordo com o cenário da economia e seu perfil de risco.
Correções de acordo com a inflação – É recomendável ficar atento e providenciar correções no valor acumulado para a aposentadoria de acordo com a inflação, caso o tipo de investimento não contemple. Em longo prazo, a inflação pode corroer boa parte do montante poupado. Taxas e impostos que incidem sobre o investimento escolhido também devem ser incluídos no cálculo.
Nem todos os ovos na mesma cesta – Está é uma regra básica dos especialistas em finanças pessoais: o poupador precisa diversificar seus investimentos para minimizar as chances de perdas. Caso a empresa que detém um plano de previdência oferecido aos funcionários quebre, por exemplo, provavelmente o dinheiro lá aportado estará perdido. Por isso vale a pena diversificar.
Não use o dinheiro poupado para outros fins – Os recursos reservados para a aposentadoria são sagrados. Na maioria dos casos, é uma ilusão pensar que trata-se apenas de um saque temporário e que será reposta
Aposentadoria em risco: filhos e outros parentes
Não comprometa seus investimentos para a aposentadoria pagando dívidas de filhos/parentes – Retiradas da poupança para outros fins, mesmo que esses fins sejam nobres, como ajudar um filho a sair de uma situação financeira difícil, não são a melhor saída. E por dois motivos: pagar essa conta, além de comprometer sua aposentadoria, não vai ensiná-lo a ter responsabilidade financeira e corre-se o risco de a situação tornar-se recorrente até a “fonte” esgotar.
Não arque com despesas de parentes adultos – Uma pesquisa norte-americana comprova o que já notamos no dia a dia: o número de famílias sustentadas com recursos dos mais velhos da casa está aumentando. Esse hábito compromete a qualidade de vida do aposentado – que, obviamente, fica com menos recursos para se manter – e ainda pode criar uma geração de pessoas acomodadas, que demoram a ingressar no mercado de trabalho ou – pior – gastam mais do que podem, contando com a “ajuda” de pais/avós.
Se não tiver jeito, prefira emprestar a doar – Diante de uma urgência, como uma doença ou outro infortúnio envolvendo um parente próximo, ficará difícil negar ajuda. Mas mesmo em casos extremos, prefira emprestar o dinheiro ao invés de doá-lo.
Diga “não” e não sinta culpa – Ao negar ajuda financeira aos filhos e outros parentes para não dilapidar os proventos da aposentadoria, o aposentado está preservando seus recursos para que, no futuro próximo, não onere sua própria família com suas necessidades de consumo. E ainda contribui com a educação financeira das gerações subsequentes.
Consignado? – Como os juros dos empréstimos consignados são mais baixos porque o risco para o credor é menor, uma vez que o pagamento é extraído diretamente do benefício, é comum que a família pressione o aposentado a utilizá-lo, mas, em grande parte das vezes, não será ele o beneficiado com o dinheiro. Por isso, é importante estar ciente da ação e, se realmente for preciso apelar ao consignado, mais uma vez, deixar claro que trata-se de um empréstimo que, como tal, deverá ser pago.
Ajude a encontrar saídas sem injetar dinheiro – A experiência dos mais velhos é fundamental para ajudar os filhos a encontrar uma saída para seus problemas financeiros. Mas prefira dar conselhos a dar dinheiro, deixando sempre claro quem é o responsável pelo problema. Não assuma dívidas que não são suas.
Você é merecedor – Tenha sempre em mente que seus recursos são fruto de anos de trabalho, dedicação e disciplina. Não se sinta culpado por fazer uma viagem enquanto um filho ou parente próximo atravessa problemas financeiros. Esse é seu momento de aproveitar a vida e a vez deles também chegará.
Fonte: Serasa Experian