Mercado interno comandou retomada da carcinicultura brasileira, diz presidente de associaçãoCom a temática central “Desafios e perspectivas para a aquicultura brasileira”, a IX Fenacam discutirá, entre os dias 11 a 14 de junho, as oportunidades do setor. |
Por: Annapaula Freire
Após a perda do mercado externo, o setor produtivo da carcinicultura passa por um momento de recuperação. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, o Brasil não exporta camarão desde 1999. A queda do dólar e a desvalorização do campo contribuíram para essa retração.
“O mercado interno se mostrou uma grata surpresa e colaborou para a superação do problema que foi a queda do dólar, absorvendo a produção”, declarou. Atualmente, 100% da produção do setor são comercializados no mercado interno. A expectativa da associação é de que a produção, que foi de 70 mil toneladas no ano passado, aumente para 75 mil T em 2012. O faturamento do setor chegou a R$1 bilhão em todo o Brasil em 2011 e a expectativa é dobrar o valor este ano.
Durante o lançamento oficial da IX Feira Nacional do Camarão – FENACAM 2012, realizado na manhã desta quinta-feira (03), no Sebrae-RN, o presidente da ABCC, Itamar Rocha, concedeu entrevista. O criador lamentou a queda do RN do topo do ranking nacional de produção. No Brasil, existem cerca de 1.400 produtores de camarão em cativeiro, sendo 560 somente no Rio Grande do Norte. No entanto, o maior produtor é o Ceará (30 mil T/ano), seguido pelo estado potiguar (23 mil T/ano).
Para Itamar Rocha, o RN leva desvantagem pela falta de financiamentos voltados aos criadores, pela dificuldade em conseguir licenças ambientais e pela falta de incentivo do Governo. Os produtores cearenses são, em sua maioria, de médio e grande porte. Já o mercado potiguar consiste em micro e pequenos produtores. “O Governo tinha de se envolver. O microprodutor merece atenção diferenciada no que diz respeito à financiamento”, destacou.
Outro fator cabal para a retração do mercado potiguar foram as enchentes que atingiram áreas estratégicas da produção local. Cidades, como Pendências e Macau, sofreram com o fenômeno natural e não conseguiram se recuperar plenamente. Itamar aponta que não houve mobilização do Governo.
Entre as conquistas do segmento, Itamar destaca alterações no Código Florestal Brasileiro (documento aprovado pelo Congresso e Senado, mas que ainda aguarda análise da presidente da república Dilma Rousseff). Segundo o presidente da associação, a alteração que exclui apicuns e salgados das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) beneficiará os produtores potiguar, pois facilitará as licenças ambientais.
A Feira
Com a temática central “Desafios e perspectivas para a aquicultura brasileira”, a IX Fenacam discutirá, entre os dias 11 a 14 de junho, as oportunidades de mercado, os avanços tecnológicos do setor aquícola brasileiro, no Centro de Convenções. De acordo com Itamar Rocha, foram produzidas no Brasil 340 milhões de toneladas de filé de pescado, o que corresponde a US$1,52 bilhão em 2011. Apesar de alta, o presidente da ABCC garante que o país tem potencial para uma produção ainda maior.
O Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, e representante da Aliança Global de Aquicultura, Darryl Joy, participarão da feira. A expectativa dos organizadores é que sejam movimentados cerca de R$20 milhões nesta edição, envolvendo tanto o camarão, pescados, insumos e maquinários.
O evento englobará a IX Feira Internacional de Serviços e Produtos para Aquicultura, as apresentações de trabalhos técnicos, o VI Simpósio Internacional de Aquicultura, o IX Simpósio Internacional de Carcinicultura e o IX Festival Gastronômico de Frutos do Mar. São 165 estandes, dos quais 80% já foi comercializado.
A programação científica contará com 28 palestras, entre nacionais e internacionais. As inscrições para a Fenacam já estão abertas no site: fenacam.com.br
Serviço:
IX Feira Nacional do Camarão – FENACAM 2012
Quando: 11 a 14 de junho
Onde: Centro de Convenções