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28/05/2011 08h00 - Atualizado em 27/05/2011 10h53

Comércio natalense pode abolir completamente sacolas plásticas

Parlamentares pretendem apresentar projetos de lei que proíbem o uso desse item.

Por: Lidiane Lins

A exemplo do que já acontece em São Paulo e em outros estados do País, o comércio do Rio Grande do Norte começa a se abrir para uma nova consciência voltada para a preservação do meio ambiente, com a iminente abolição do uso de sacolas plásticas.

A Associação de Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), já iniciou uma campanha de conscientização da população para extinguir o uso das sacolas nos supermercados do estado, mas a expectativa é que essa tendência seja seguida por todos os setores do comércio natalense.

O objetivo da campanha é que, até 2012, o uso dos sacos plásticos seja substituído por bolsas, caixas, carrinhos e sacolas retornáveis. A medida já está sendo posta em prática em algumas cidades do interior do estado, como Jardim do Seridó, onde alguns supermercados já entregam em domicílio sem o uso de sacolas. Eles levam em caixas, que retornam para o estabelecimento.

De acordo com o presidente da Assurn, Geraldo Paiva, as medidas que serão adotadas no RN preveem extinguir a emissão de cerca de 300 milhões de sacolas plásticas por ano, que são utilizadas somente nos supermercados.

"Para se ter uma ideia, somente a rede de supermercados RedeMais, que corresponde a 5% do mercado, distribui 27 milhões de sacolas por ano. Precisamos mudar as atitudes que prejudicam o meio ambiente, e causam prejuízos também às cidades, com bueiros entupidos e um volume cada vez maior de resíduos", destacou Paiva.

A campanha que vem sendo trabalhada pela Assurn conta agora com apoio de pelo menos dois integrantes do poder legislativo - que estão prestes a apresentar projetos de lei sobre o tema: O vereador Assis Oliveira (PR) e o deputado Fábio Dantas (PHS).

Ambos se prontificaram a apresentar projetos de lei visando a proibição das sacolas já em janeiro de 2012. "Com certeza, será aprovado por unanimidade na Câmara", disse o vereador Assis Oliveira.

"Já vi outros projetos envolvendo a questão serem rejeitados, por isso estou elaborando um que não jogue atribuições ao poder executivo, e assim com certeza teremos aprovação", disse Fábio Dantas. Entre os 185 supermercados ligados à Assurn, o apoio foi unânime.

Economia
Segundo o presidente da Assurn, a abolição das sacolas plásticas também irá gerar uma economia para os estabelecimentos que deverá ser repassada para o consumidor. Estima-se que a distribuição das embalagens custe hoje 1% do faturamento dos supermercados.

"A extinção do uso desse produto, além de proteger o meio ambiente, permitirá às empresas investir esse valor em melhorias na estrutura dos supermercados, atendimento ao consumidor, redução de preços repassados ao consumidor e a contratação de novos funcionários", disse Geraldo Paiva.

Inicialmente, a associação reconhece que deverá haver um custo para o consumidor, uma vez que a ideia é substituir as sacolas plásticas por outras retornáveis, as chamadas ‘ecobags'. No momento, elas estão sendo comercializadas por cerca de R$ 3. "Isso representa um custo inicial, mas o consumidor deve entender que a sacola tem um custo benefício maior, podendo ser utilizada indefinidamente".

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CLD Natal), Amauri Fonseca Filho, além da possibilidade de oferecer redução nos preços para o consumidor, a abolição das sacolas de plástico também contribui para uma melhora da imagem da empresa junto ao cliente.

"O cliente também passa a valorizar a empresa que se preocupa com o meio ambiente, além de repassar os descontos. Essa prática, inclusive, já é utilizada por alguns setores do comércio - como lojas de vestuário, calçados e assessórios, por exemplo - que oferecem sacolas de papel reciclado a seus clientes", citou Amauri.

Ele também destacou que o uso das ‘ecobags' é uma questão cultural e deve levar ainda algum tempo para que os consumidores adotem definitivamente essa opção. "Em alguns países da Europa, as pessoas têm o hábito de fazer compras curtas, mas com mais frequência durante o mês. Com isso, eles levam as próprias ‘ecobags' e compram poucos itens por vez".

Fábricas
Para não perder espaço no mercado, as fábricas de sacolas plásticas já estão se ajustando à nova tendência de conscientização ecológica. De acordo com Amauri Filho, algumas fábricas de São Paulo vêm desenvolvendo um projeto para a produção de sacolas completamente biodegradáveis, feitas à base de bagaço de cana de açúcar.

"Mesmo antes da proibição do uso de sacolas plásticas no comércio, já existe o interesse das fábricas em produzir itens biodegradáveis. Dessa forma, elas se adequam à tendência, sem comprometer seu mercado", disse.

 


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