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18/08/2025 17h18

Após 14 anos, Terminal Pesqueiro de Natal é arrematado e abre caminho para até US$ 95 milhões extras em exportações e 2,3 mil empregos

A concessão foi arrematada pela Turc Operações Marítimas, que terá 20 anos para operar e modernizar a estrutura localizada no bairro da Ribeira, às margens do rio Potengi.

O leilão do Terminal Pesqueiro Público de Natal, realizado nesta segunda-feira (18) na B3, em São Paulo, encerra uma espera de 14 anos e recoloca o Rio Grande do Norte no mapa da infraestrutura pesqueira nacional. A concessão foi arrematada pela Turc Operações Marítimas, que terá 20 anos para operar e modernizar a estrutura localizada no bairro da Ribeira, às margens do rio Potengi.

A empresa já atua no RN, desde 1992, em serviços de manutenção de embarcações e tem sede administrativa no bairro do Alecrim. Para viabilizar o arremate a empresa ofereceu garantias da ordem de R$ 10 milhões e fechou parcerias com investidores internacionais.

O terminal, erguido em um terreno de 13.503 m² com 4.819 m² de área construída e 95% das obras concluídas, ficou paralisado desde 2011. Agora, deverá receber investimentos privados para completar e ativar sua operação, incluindo cais de atracação de 305 metros de comprimento e galpões de recepção, processamento e armazenamento frigorífico.

A entrada em operação do equipamento pode transformar o setor pesqueiro potiguar. O RN é o maior exportador de atum do Brasil, com cerca de US$ 250 milhões anuais em vendas, e o segundo maior produtor nacional de camarão em cativeiro, responsável por aproximadamente US$ 180 milhões ao ano.

Com a estrutura adequada, ganhos de competitividade e acesso a mercados mais exigentes podem elevar em até 20% as exportações de atum e em 25% as de camarão. Isso representaria um incremento adicional de US$ 95 milhões anuais na balança comercial potiguar - cerca de R$ 500 milhões pela cotação atual.

O efeito sobre o emprego também seria expressivo: considerando o padrão setorial de geração de 25 postos de trabalho diretos e indiretos a cada US$ 1 milhão exportado, a ativação plena do terminal poderia criar aproximadamente 2,3 mil novos empregos ao longo da cadeia, desde a captura até o processamento e logística.

Diversificação e competitividade
A retomada do terminal chega em momento estratégico. A economia potiguar ainda depende fortemente de petróleo e frutas tropicais em sua pauta exportadora. O pescado, se reposicionado como produto de escala industrial e com valor agregado, pode equilibrar essa matriz, ampliar receitas e reduzir vulnerabilidades externas.

Com a concessão, a expectativa é que a Turc Operações Marítimas estruture o terminal para atender padrões internacionais, fortalecendo a presença do RN em mercados como União Europeia e China - os maiores consumidores globais de pescado.

O leilão é um marco, mas o verdadeiro teste será transformar uma estrutura ociosa em motor de desenvolvimento. O sucesso dependerá da capacidade de integrar a cadeia produtiva, atrair investimentos e garantir eficiência
operacional.

Se isso acontecer, o Terminal Pesqueiro deixará de ser lembrado como símbolo de desperdício e atraso para se tornar um dos principais ativos estratégicos da economia do Rio Grande do Norte.

 


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