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05/08/2025 14h54

Marinho lidera obstrução no Congresso e critica Davi Alcolumbre por falta de interlocução

A mobilização é parte de um pacote de ações articuladas pela oposição em resposta ao decreto de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O senador potiguar Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, foi por responsável por anunciar nesta terca-feira (5) uma medida drástica de obstrução das atividades legislativas nas duas Casas do Congresso Nacional. Ao lado de líderes oposicionistas da Câmara e do Senado, Marinho declarou a ocupação simbólica das mesas diretoras do Senado e da Câmara como forma de protesto contra o que classificou como "ausência de diálogo institucional" e "omissão deliberada" do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

"Faz mais de 15 dias que eu, como líder da oposição, não consigo sequer interlocução com o senador Davi Alcolumbre", afirmou Marinho, em tom crítico. "É um desrespeito com a Casa e com o Parlamento. Ele pode ser aliado do governo, mas não pode virar as costas para a instituição que representa."

A mobilização é parte de um pacote de ações articuladas pela oposição em resposta ao decreto de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Os oposicionistas consideram a medida "injusta" e vêm acusando o ministro de "perseguição política". Entre as propostas em discussão está a apresentação de um pedido de impeachment contra Moraes - ponto central da reação articulada nos bastidores da direita.
Segundo Marinho, a obstrução terá continuidade enquanto não houver abertura de diálogo institucional e tramitação dos temas de interesse da oposição. "Vamos continuar ocupando as mesas. Já temos cinco senadores no Senado e cinco deputados na Câmara participando da ação. Essa é uma medida extrema, mas necessária para defender a democracia e o funcionamento pleno do Parlamento", afirmou.

A ofensiva opositora busca pressionar o Senado a analisar pedidos de impeachment contra ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes. Marinho já havia cobrado publicamente, em outras ocasiões, que Alcolumbre destrava pautas de interesse do governo e engaveta temas sensíveis para a oposição.

O senador Davi Alcolumbre não se manifestou sobre as declarações. Fontes próximas à cúpula do Senado, no entanto, afirmam que há um entendimento interno de que "não há clima político" para abrir processos de impeachment contra ministros do Supremo neste momento, o que tem alimentado o mal-estar com os parlamentares mais alinhados ao ex-presidente Bolsonaro.

Enquanto isso, a base governista observa a movimentação com cautela, mas aliados do Planalto já consideram que a obstrução pode travar votações importantes na volta do recesso parlamentar, inclusive matérias econômicas de "interesse comum" mas que, na pratica, interessam muito mais ao Planalto.

A escalada da crise institucional entre Judiciário e setores do Legislativo, turbinada pelas tensões do caso Bolsonaro, tende a aumentar a temperatura política nas próximas semanas. Rogério Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro e é nome forte da oposição no Senado, volta ao centro do tabuleiro como voz ativa contra o que classifica como "judicialização da política e silêncio cúmplice do Congresso".

 


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