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28/07/2025 10h41

Sinsp denuncia: “Governo do RN volta a reter repasses dos consignados e leva graves prejuízos aos servidores”

A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado do RN (Sinsp), que classifica a prática como "gestão com dinheiro alheio".

O Governo do Rio Grande do Norte protagoniza mais um capítulo da crise de confiança com os servidores públicos estaduais. Desde a última segunda-feira (21), os empréstimos consignados no Banco do Brasil - instituição que centraliza a folha de pagamento do funcionalismo - estão suspensos por falta de repasse das parcelas descontadas em folha pelo próprio Estado. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado do RN (Sinsp), que classifica a prática como "gestão com dinheiro alheio".

A suspensão, que ocorre apenas dois meses após a liberação parcial dos empréstimos em maio, escancara a reincidência do que servidores e sindicatos consideram uma apropriação indevida por parte do Executivo. "É a repetição de um roteiro cruel: o servidor tem o valor da parcela retirado do seu contracheque, mas o governo não repassa aos bancos. O resultado? Nome sujo, crédito bloqueado e cobrança indevida", critica Janeayre Souto, presidenta do Sinsp.

A situação já se tornou rotina. Em 2023 e 2024, episódios semelhantes foram denunciados pelo sindicato, com impacto direto no acesso a crédito de milhares de trabalhadores do Estado, especialmente os de menor remuneração. À época, o governo alegava "problemas de fluxo de caixa", uma justificativa que hoje soa como confissão de má gestão orçamentária.
"O servidor que já ganha mal, que depende do consignado para lidar com a inflação e com os custos crescentes da vida, é duplamente penalizado: paga e não tem o serviço. É o governo fazendo caixa com dinheiro alheio", reforça Janeayre.

Crédito bloqueado
Com a suspensão, servidores que buscam novos empréstimos - ou mesmo portabilidade - são surpreendidos com negativas automáticas dos bancos. Muitos, segundo o Sinsp, têm recebido ligações de cobrança por parcelas que já foram descontadas nos contracheques, mas nunca chegaram aos credores. "É o tipo de prática que se enquadra claramente em apropriação indébita", afirma a dirigente sindical.

O caso se torna ainda mais grave quando comparado à permissividade do Estado com situações escandalosas. O Sinsp denuncia que um professor acusado de homicídio e ocultação de cadáver em São Gonçalo do Amarante segue, há mais de cinco anos, recebendo normalmente seus vencimentos. A disparidade entre o rigor com quem trabalha e a leniência com casos como esse gera revolta entre os servidores.

Reincidência e descrédito
A reincidência do bloqueio dos consignados mina ainda mais a credibilidade do Executivo estadual junto ao funcionalismo, que já sofre com perdas salariais acumuladas, arrocho nos benefícios e atrasos frequentes em direitos básicos. A prática, além de comprometer o planejamento financeiro dos trabalhadores, afeta a economia potiguar como um todo, já que limita o consumo e aumenta o endividamento das famílias. O Sinsp disponibilizou canais diretos para que os servidores afetados relatem seus casos e busquem apoio jurídico: o WhatsApp (84) 98840-1607 e o telefone (84) 3201-4130. Enquanto o governo segue calado, servidores acumulam prejuízos.

E a confiança? Essa, continua descontada sem previsão de repasse.

 


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