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16/07/2025 17h39

Serviços do RN disparam e lideram retomada econômica no Nordeste

De janeiro a maio, o estado acumula uma alta de 5,9% frente ao mesmo período de 2024, superando não apenas a média nacional (2,5%), como também o desempenho de estados vizinhos como Ceará (4,5%).

Por Luciano Kleiber

 

O setor de serviços do Rio Grande do Norte segue na contramão do compasso nacional e mantém em 2025 uma trajetória de crescimento vigoroso. De janeiro a maio, o estado acumula uma alta de 5,9% frente ao mesmo período de 2024, superando não apenas a média nacional (2,5%), como também o desempenho de estados vizinhos como Ceará (4,5%). No acumulado dos últimos 12 meses, o avanço potiguar chega a impressionantes 7,5% - mais do que o dobro do Brasil (3,0%) e acima até da já destacada Paraíba (6,0%).

É o 14º resultado positivo consecutivo nessa base de comparação anual, o que consolida um novo ciclo de crescimento para um setor que havia sofrido retrações duras no auge da pandemia. A julgar pelos números e pela dinâmica da economia local, o Rio Grande do Norte reencontrou seu motor mais potente: o setor terciário.

Mesmo com uma leve retração de 0,2% em maio frente a abril, o desempenho mensal potiguar foi mais brando do que o de outros estados nordestinos, como Ceará (-0,7%) e Paraíba (-0,8%), e próximo da estabilidade. O Brasil, por sua vez, ficou no azul, mas com uma tímida variação de +0,1%.

 

De volta ao jogo: o RN no mapa nacional dos serviços

Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE) apontam que o avanço recente está amparado em três pilares fundamentais: a digitalização crescente do pequeno negócio potiguar; a reativação do turismo com mais musculatura e encadeamento; e a política de estímulo a micro e pequenas empresas articulada por entidades como Fecomércio RN, Sebrae e governo estadual.

No recorte nacional, os segmentos que mais cresceram foram os de Informação e Comunicação (+6,2%) e Serviços Profissionais e Administrativos (+3,9%). Ainda que o IBGE não abra esses dados desagregados por estado, é possível inferir que parte desse movimento também se reflete no RN, sobretudo nas cidades que vivem um boom de novos empreendimentos digitais e serviços especializados.

Comparar o momento atual com os anos anteriores ajuda a entender o salto recente. Após uma queda brutal de 15,7% em 2020, o setor de serviços potiguar iniciou uma trajetória de recuperação: +10,3% em 2021, +5,1% em 2022, +5% em 2023 e +4,8% em 2024. Em 2025, o acumulado de 7,5% até maio já supera com folga a média desses anos. O que antes era retomada, agora parece consistência.

E a tendência é de manutenção do ritmo. A expectativa, embasada na média móvel recente e na sazonalidade favorável do segundo semestre, é que o setor feche 2025 com crescimento entre 6,5% e 8%. Caso se confirme, será o melhor desempenho do setor em uma década.

O desafio agora é não tratar esse ciclo como algo passageiro. Com a inflação sob controle, juros em trajetória de queda (ainda que lenta) e o consumo reagindo, o momento exige visão estratégica. Investimentos em infraestrutura urbana, qualificação de mão de obra e políticas de incentivo à formalização podem consolidar esse novo patamar.

O Rio Grande do Norte tem uma economia historicamente ancorada em serviços - mas por muitos anos, mal distribuída e com baixa produtividade. O que se vê agora é uma nova qualidade nesse crescimento, puxada por cadeias de valor mais organizadas, diversificação setorial e protagonismo das pequenas empresas.

Em vez de um voo de galinha, o que o RN tem nas mãos é a chance de construir um modelo mais sólido e sustentável.

 

 


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