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16/06/2025 12h05

"Acari aposta no turismo para aquecer a economia local e explorar suas riquezas naturais e culturais"

Entre os principais atrativos, o Açude Gargalheiras se destaca como símbolo da cidade. Com capacidade para 40 milhões de m³, o reservatório atrai turistas de todo o estado em períodos de cheia.

No coração do Seridó potiguar, Acari começa a reposicionar seu papel na economia regional. Conhecida como "a cidade mais limpa do Brasil", o município de pouco mais de 10 mil habitantes está apostando na força do turismo como alternativa concreta para diversificar sua base econômica e gerar emprego e renda.

Com um PIB de R$?142 milhões e um dos menores PIBs per capita do RN (R$?12,8 mil, abaixo da média estadual), Acari tem potencial para transformar suas belezas naturais, patrimônio histórico e cultura popular em ativos econômicos bastante relevantes e capazes de transformar sua realidade. Esse movimento começa a ganhar tração nos últimos anos, impulsionado por ações locais e pelo reconhecimento internacional do Geoparque Seridó pela UNESCO, em 2022.

Entre os principais atrativos, o Açude Gargalheiras se destaca como símbolo da cidade. Com capacidade para 40 milhões de m³, o reservatório atrai turistas de todo o estado em períodos de cheia, movimentando o pequeno comércio informal e estabelecimentos de alimentação no entorno. O local também é reduto para atividades de ecoturismo e fotografia.

Outro vetor com capacidade de impulsionar a economia é o turismo religioso. A Basílica Menor de Nossa Senhora da Guia, tombada como patrimônio estadual, já começa a integrar roteiros regionais, especialmente após a pandemia, quando a busca por destinos de fé e introspecção cresceu. Junto com o Museu Histórico de Acari, instalado em prédio de 1887 tombado pelo Iphan, essas estruturas formam um eixo cultural de grande valor para o turismo educativo e patrimonial.

Dados da Secretaria Municipal de Turismo apontam que o fluxo de visitantes ainda é modesto, mas com tendência de alta. Em 2024, a prefeitura passou a reunir guias turísticos e condutores locais para debater o desenvolvimento do setor e criar uma estratégia sustentável de exploração. A meta é clara: inserir Acari de forma definitiva no mapa do turismo potiguar.

Ainda há muito o que explorar. A região da Serra do Bico de Arara tem enorme potencial para trilhas, observação da fauna da caatinga e esportes de aventura. A gastronomia local - com produtos únicos como a linguiça de camarão produzida por famílias ribeirinhas - pode ser uma âncora para experiências vivenciais. O turismo rural, praticamente inexplorado, também entra na mira dos planejadores.

Os gargalos, no entanto, seguem desafiadores. A cidade carece de infraestrutura hoteleira robusta, sinalização turística, qualificação da mão de obra e campanhas de divulgação. Segundo diagnóstico da UFRN e da SETUR-RN, a oferta turística ainda é limitada e precisa de integração regional para se tornar competitiva.

Para o prefeito Fernando Bezerra, o momento é de alinhar estratégia, parcerias e investimentos: "Temos o ativo, temos a história, temos o povo. Agora é organizar e mostrar isso ao mundo", disse em recente encontro com empresários e lideranças locais.
O turismo, se bem estruturado, pode se tornar a principal alavanca de desenvolvimento para Acari. E mais: pode transformar um município com economia basicamente dependente do setor público em um polo de referência em turismo de base comunitária, cultura e ecologia no interior do RN. O caminho está traçado. Falta percorrê-lo com planejamento, coragem e visão de futuro.

 

 


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