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26/12/2022 22h37 - Atualizado em 26/12/2022 22h39

PAX: RN passa a contar com um dos maiores polos de ciência do país, em área construída

Totalmente voltado à promoção de polos de inovação e empreendedorismo, o Parque recebeu do Governo do RN o montante de R$12,3 milhões, destinados às obras físicas e à aquisição de mobiliário.

O Rio Grande do Norte agora conta com um dos mais extensos centros de fomento à ciência do país, o Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo - PAX. Inaugurado pela governadora Fátima Bezerra nesta segunda-feira, 26, o equipamento fica em um terreno de 100 hectares com uma estrutura com 15 mil m² de área construída, o que o torna um dos maiores entre os 55 parques deste tipo em operação no Brasil. A solenidade contou com a presença de secretários de Estado; de prefeitos de municípios da região; de parlamentares municipais, estaduais e federal; de instituições focadas no desenvolvimento econômico e diversos representantes do setor produtivo.

 

Totalmente voltado à promoção de polos de inovação e empreendedorismo, o Parque recebeu do Governo do RN o montante de R$12,3 milhões, destinados às obras físicas e à aquisição de mobiliário. Os recursos estaduais foram viabilizados pelo Projeto Governo Cidadão, com apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, junto ao Acordo de Empréstimo com o Banco Mundial.

 

"Entregar o Pax ao RN, ao Nordeste e ao Brasil é acreditar no desenvolvimento, é acreditar em nosso futuro. Não se trata de uma iniciativa qualquer, é um projeto extremamente estratégico e imprescindível para a prosperidade do RN por meio da Ciência, Tecnologia e Inovação", comemorou a governadora, na ocasião.

 

Para o coordenador do Governo Cidadão, Gustavo Coêlho, também secretário estadual de Infraestrutura, "é uma satisfação pessoal ver pronto este espaço que tem a nobre iniciativa de tirar o foco científico do eixo Rio-São Paulo e fazer no Nordeste ciência de alto nível". Coêlho acompanha a criação da unidade desde o início, quando ainda atuava na Universidade Federal do RN (UFRN). O terreno onde está o Parque foi cedido pela UFRN ao Governo do Estado para as adequações estruturais necessárias em setembro de 2021.

 

"É grande a alegria fazer parte de um passo tão importante para a ciência, tecnologia e inovação potiguares. Com a implementação do Pax, reforçamos que o RN deve estar entre aqueles estados que se preocupam com o desenvolvimento dessas áreas", destacou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado.

 

Governos, setor produtivo e academia reunidos

Localizado na Zona Rural de Macaíba, logo após a Escola Agrícola de Jundiaí, em um imóvel cedido pela Universidade Federal do RN, o Parque tem a relevante função de fomentar áreas vitais para o desenvolvimento econômico potiguar, como energias renováveis, mineração, pesca, aquicultura, setor têxtil, turismo, fruticultura e serviços. Seu prédio central vai abrigar centros de pesquisa e capacitação, auditórios, laboratórios multiuso, incubadoras tecnológicas e observatórios. Logo no terreno ao lado, ficam as sedes do Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Santos Dumont (ISD) e o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), que completam um grande complexo científico que vem sendo formado na região.

 

Presidente do Conselho Administrativo do PAX, Ângela Paiva, participa da formação do Parque desde o seu início, há pouco mais de uma década. Ligada à UFRN, a professora aposta que o local vai se destacar dentre os seus pares, Brasil afora: "Aqui o trabalho se dará fincado em uma hélice tripla, com entidades governamentais, do setor produtivo e de academias, todas dialogando com a sociedade para gerar emprego, renda e desenvolvimento para o Rio Grande do Norte". Paiva explicou que outro diferencial do PAX é a sua matriz de sustentabilidade, o que é notado já no seu terreno com áreas destinadas à preservação ambiental e em uma série de práticas ecologicamente responsáveis que devem ser obedecidas pelas empresas que ali se instalarem.

 

Atuação focada no RN

Três áreas de grande relevância para o desenvolvimento do RN são prioritárias no PAX: Energia (renováveis, petróleo e gás); Saúde e Indústria 4.0. Estão em curso projetos e estudos elaborados pelo Governo do Estado para o setor de energias renováveis, como o projeto do Porto Indústria Verde - que vai oferecer infraestrutura para investimentos em produção de energia onshore e offshore e produção de hidrogênio e amônia verde.

 

Como o desenvolvimento econômico passa obrigatoriamente pela área da Saúde, a inovação neste setor foi contemplada pelo escopo do Parque. A última área, também estratégica para o desenvolvimento regional sustentável - alinhada, portanto, às metas do Projeto Governo Cidadão - é a Indústria 4.0, que trará benefícios diretos para vários segmentos potiguares, como os de cerâmica, mineração e turismo, consolidados no estado e com grande potencial de expansão, como afirma o diretor-presidente do PAX, Olavo Bueno, coordenador de desenvolvimento industrial da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDEC). "Investir em geração de energia é uma tendência mundial e temos no RN uma posição geográfica estratégica para tal, especialmente a eólica. O PAX será diferencial para o Nordeste", afirmou, otimista.

 

 

Espaço multiuso

O prédio que abriga o PAX foi inicialmente projetado para ser uma escola, mas que nunca teve uso. Após negociação entre UFRN e Governo do Estado, a reforma, ampliação e aquisição de móveis foi acertada, com a dominialidade do terreno cedida pela Universidade ao Estado. Ao longo dos anos, o imóvel sofreu deterioração, o que foi reparado pelos serviços executados pelo Projeto Governo Cidadão. A reforma promovida pelo Governo Cidadão permitiu que os espaços já existentes do prédio central ganhassem adaptações e que os ambientes se tornassem multiuso.

 

Além das 33 salas, auditório, neste primeiro momento o equipamento vai contar com 66 lotes para implementação de empresas associadas, âncoras ou incubadas que se interessarem em se instalar no PAX.

 

 

Homenagem

O Parque presta uma homenagem ao macaibense que se tornou um dos pioneiros nos experimentos aeronáuticos no Brasil. Além de inventor, Augusto Severo de Albuquerque Maranhão foi político, mas registrou seu nome da história mundial em 1902 ao construir e fazer decolar o PAX, um dirigível, em Paris, capital francesa. Durante o voo, uma explosão derrubou o veículo e vitimou Severo, mas suas ideias marcaram o desenvolvimento da aviação nos anos seguintes.

 

 

Operação inicia em janeiro

Segundo Olavo Bueno, em janeiro de 2023 estarão abertos editais para atração de empresas e de startups para incubadoras, com a meta de ocupação de metade das salas neste primeiro ano de operação e com a totalidade a ser atingida em 2025.

 

A parceria para viabilizar o Parque envolve o Governo do Estado, por meio do Projeto Governo Cidadão, SEDEC, Universidade Estadual do RN (UERN) e Fundação de Apoio à Pesquisa (Fapern), mais a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal do Semiárido (Ufersa), Instituto Santos Dumont (ISD), Sebrae, Sesi-RN, Instituto Federal do RN (IFRN), Centro de Tecnologias do Gás e Energia Renováveis (CTGAS-ER), Federação das Indústrias do RN (FIERN), Fecomércio, Senai. As Prefeituras de Natal, Macaíba, São Gonçalo e Parnamirim também estão envolvidas.

 

Como o PAX possui um raio de ação mais abrangente, calcado em três áreas distintas, a tendência é que o polo alcance um posto de referência regional. "Não há um polo que se assemelhe ao PAX, no Nordeste, mas a médio prazo, em cerca de uma década, o PAX deverá estar, por exemplo, em um patamar equivalente ao do Porto Digital, de Recife", estima Ângela Paiva, agradecendo ao que chamou de tríplice hélice: o Governo do RN, a academia e o setor produtivo.

 

 


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