Planejamento é a chave para uma sucessão familiar sem riscoNo Brasil, mais de 90% das empresas são familiares, segundo o IBGE |
O ditado popular "de pai para filho" nem sempre é uma verdade no mundo dos negócios. São muitas as histórias de empresas que fecharam suas portas depois que os herdeiros assumiram o cargo. No Brasil, mais de 90% das empresas são familiares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Pesquisas mostram que de cada 100 empresas familiares abertas e bem-sucedidas, 30 chegam à segunda geração e 15 à terceira. Um alerta de que a falta de planejamento e de cuidados na preparação da sucessão das empresas familiares pode trazer graves problemas e até acabar com um sonho.
Para garantir a continuidade do trabalho realizado sem prejudicar a empresa, é fundamental que haja um planejamento sucessório. A sucessão é um processo demorado, que exige planejamento e, portanto, precisa começar o quanto antes. O processo de sucessão é a definição de quem assumirá o comando da empresa após a saída do fundador. É importante escolher um profissional que se identifique com a missão, visão e valores da empresa, e que deseje ocupar essa posição, sendo que essa pessoa pode ser da família ou não.
Não planejar a sucessão é um erro comum cometido por empresas que estão nessa fase de maturação no negócio. Deixar a cargo dos sucessores, muitas vezes de forma repentina e despreparada, a responsabilidade de reorganizar a empresa ou mesmo redefinir os rumos do negócio, podem dificultar a sucessão ou mesmo a continuidade da empresa. É o que pontua o consultor do Sebrae, Marcos Rosa.
Segundo ele, é fundamental aconselhamento jurídico. Até o regime de bens por ocasião do matrimônio do fundador deve ser considerado. "A distribuição de quotas ou ações e a definição de regras de governança familiar e empresarial costumam ser utilizadas para mitigar estes problemas".
Na visão de Marcos Rosa, a sucessão é inevitável, uma vez que nem empresas nem empresários são eternos. "O fato de ocorrer em família, em si, não significa ser salutar ou pernicioso. Tenho visto casos muito bem sucedidos, até evolucionários, e casos desastrosos. Acredito que a inserção natural do planejamento sucessório como qualquer outro processo de negócio é a chave para lidar com esta questão".
Conhecimento do negócio
Se for definido que um herdeiro assumirá a gestão da empresa, é importante que ele conheça todos os processos do negócio. "O principal erro é quando o herdeiro já entra com um cargo de comando sem conhecer o dia a dia da companhia. O herdeiro precisa ganhar o respeito dos funcionários, mas isso só acontece quando ele está integrado no negócio. O curso natural é que o pai sinta segurança no filho, perceba que é a hora de delegar mais responsabilidade e aos poucos vá se afastando e deixando a empresa sob os cuidados do sucessor", complementa a consultora Esmeralda Queiroz.
Cada vez mais os brasileiros estão apostando, acreditando e investindo em empreendimentos próprios, no sonho de montar seu próprio negócio. O Sebrae aconselha que o empresário tome alguns cuidados para que o negócio continue crescendo de forma estruturada após sua saída. É muito importante que o fundador faça um plano de sucessão e incentive seu sucessor a se aperfeiçoar. Também é recomendado que o herdeiro já tenha passado por outras companhias para aumentar a bagagem profissional.
O herdeiro deve ainda possuir espírito inovador, já que enfrentará um mercado em constante transformação e se não acompanhar as mudanças, apostando só em repetir o pai, corre sério risco de perder o rumo e fracassar. Empresários que preparam seus filhos com antecedência têm muito mais chances de ver seu sonho de empreender atravessar gerações.
Dicas para uma sucessão familiar sem risco na empresa
1 - Planejamento sucessório: defina quem assumirá o comando da empresa após a saída do fundador. É importante escolher um profissional que se identifique com a missão, visão e valores da empresa, e que deseje ocupar essa posição, sendo que essa pessoa pode ser da família ou não.
2 - Conhecimento: é importante que o herdeiro / sucessor conheça todos os processos e o dia a dia da empresa.
3 - Aproximação com funcionários: o herdeiro / sucessor precisa ganhar o respeito dos funcionários, mas isso só acontece quando ele está integrado no negócio.
4 - Responsabilidades: incentive seu herdeiro / sucessor a se aperfeiçoar. O curso natural é que o empresário sinta segurança no filho ou no profissional que vai assumir o cargo e perceba que é a hora de delegar mais responsabilidade e aos poucos vá se afastando e deixando a empresa sob os cuidados do sucesso.
5 - Experiência: é recomendado que o sucessor / herdeiro já tenha passado por outras companhias para aumentar a bagagem profissional. O herdeiro / sucessor deve ainda possuir espírito inovador.
Fonte: Sebrae/RN

