A trajetória de queda dos juros não só no Brasil, mas em muitos países mundo afora, leva investidores a buscarem rentabilidade e até mesmo proteção em outras alternativas.
Em momentos de altas volatilidades de mercados (oscilação) costumeiramente investidores procuram um porto seguro para estabilizar seus rendimentos e reduzir perdas, é natural do ser humano procurar calmarias.
Muito difundido, o ouro mostra-se como uma das alternativas a se ter estabilização de ânimos, e vou explicar melhor o porquê disso:
As economias mundo afora têm
poder de impressão de papel-moeda como um dos vários mecanismos de controle
inflacionário e estabilização de suas variáveis econômicas. Ocorre que esse
poder demonstra uma fragilidade em todas elas justamente pelo fato de o
dinheiro ser “criável”, “imprimível” e em algum momento podendo gerar inflação.
Aqui cabe um parêntese explicando que a inflação é a perda do poder de compra
do dinheiro, e ela não só apenas acontece por alta de preços, mas também por
abundância de papel moeda circulando.
Como o ouro não pode ser produzido pelo homem, o poder desse ativo de se tornar confiável é muito maior do que papel-moeda, e isso faz com que haja maior procura pelo metal, afinal de contas, as economias não conseguem manipulá-lo tão facilmente simplesmente produzindo mais.
Dessa forma, o que acontece em momentos de instabilidade é que a procura pelo metal aumenta, não apenas como proteção, mas também como balanceamento de carteiras de investimentos. Diga-se de passagem, a economia que mais emitiu papel-moeda durante a pandemia foi a americana. Os Estados Unidos injetaram trilhões de dólares em sua própria economia como forma de manutenção de suas atividades, o que momentaneamente se mostra pouco abalada para os menos alertas, mas que a médio ou longo prazo pode se tornar um problema inflacionário. Vale lembrar que desde a crise de 2008, os Estados Unidos vinham surfando uma onda de liquidez promovida justamente por injeção de mais dinheiro em sua economia, e ainda não normalizada totalmente no momento antes da pandemia.
Ao mesmo tempo, a moeda americana passa a se tornar um pouco mais atrativa para alguns países em termos de investimentos, por conta do aumento do câmbio (No Brasil o dólar está cotado atualmente R$ 5,39), e isso leva investidores especuladores a se posicionarem comprados, ou seja, comprarem dólar para obterem vantagem de rentabilidade para o curto prazo, pois as projeções ainda estão de alta por algum tempo.
Como forma de balancear o risco de uma desvalorização dessa moeda no médio e longo prazo, investidores compram ouro para, além de obterem ganhos por sua valorização natural, afinal de contas o ouro não paga juros, protegerem suas carteiras de investimentos de possíveis quedas de moedas ou de juros mundo afora, o que pode acontecer mais cedo ou mais tarde.
Como se percebe, há uma clara migração de investimentos de renda fixa para ativos tangíveis, palpáveis, os chamados ativos físicos. Isso é reflexo de redução de juros e aumento de preços generalizadamente, aumentando o risco de operações e favorecendo especuladores.
Quem é mais conservador procura alternativas de hedge (proteção) para suas carteiras do jeito que podem, afinal de contas, investir em busca de maiores rentabilidades e menores riscos passou a ser essencial para a evolução patrimonial do planeta.
Se precisar de orientações a respeito, conte comigo.
Sucesso e bons negócios.
Adm. Davi Miranda.
@rdavimiranda