Na primeira semana de fevereiro a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Note liberou o acesso ao seu portal da transparência, seguindo a determinação da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011). Mas alguns dados geraram polêmica, dentre eles o alto custo da folha de pagamento, estimado em R$19 milhões.
Todos os números foram muito bem detalhados na matéria do jornal Tribuna do Norte, assinada pelas jornalistas Cledivânia Pereira e Aura Mazda (http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/comissionados-da-al-triplicam-em-cinco-anos/338559). E essa matéria traz números que precisam ser discutidos pela sociedade.
O primeiro que devemos discutir é o número de cargos comissionados que cresceu de 836 em 2011 para 2.592 em 2016, o que representa um incremento de 210%. Junto com esse aumento, subiu consideravelmente o custo da folha de pagamento, que era de R$ 10 milhões e hoje chega a R$ 19,3 milhões.
Então eu resolvi fazer algumas contas: o pacote de impostos que visava aumentar a receita do estado em torno de R$ 200 milhões por ano e que pesa no bolso de todos os contribuintes é menor do que a folha anual da Assembleia. Ou seja, só o dinheiro que a Assembleia Legislativa gasta com folha de pagamento já consome todo o esforço de aumento de cargas tributárias que foram impostas para a sociedade potiguar.
Portanto, são números que precisam ser discutidos, uma vez que vivemos em um momento no qual a sociedade brasileira não aceita mais calada esse dispêndio desenfreado dos nossos recursos, nosso dinheiro suado que cada brasileiro coloca nos cofres públicos. E essa polêmica precisa ser estendida e a sociedade precisa acompanhar com muito cuidado esses números e cobrar dos dirigentes que esses números sejam revistos e possam se tornar pelo menos razoáveis.