Os números oficiais da inflação brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apontam que o Brasil alcançou 8,47% no acumulado dos últimos 12 meses. Segundo os cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2015 já acumulou uma aceleração de 5,37%, percentual muito próximo do que foi registrado em todo ano passado, onde a inflação atingiu 6,5%.
Especialistas apontam que esses números podem piorar e alcançar o segundo dígito ainda este ano caso nenhuma providência seja tomada. O novo índice é preocupante, considerado o maior desde 2003, e o resultado pode ser catastrófico para a economia e para o Governo Federal. Caso a previsão dos economistas se consolide, e a inflação brasileira atinja mesmo os dois dígitos, será o pior resultado registrado desde 1999, quando a economia do país ainda engatinhava.
No início de junho, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic para 13,75% ao ano, numa tentativa de frear o aumento da inflação e continuar mantendo a economia do país nos trilhos. Os resultados do IBGE são prova de que a medida não funcionou. Caso esse índice não desacelere, vai ser difícil sustentar o consumo e o aumento de algumas tarifas que o governo conseguiu segurar no ano passado será inevitável. A tendência agora é de mais aumento na taxa de juros e a diminuição do número de investimentos federais.