Números do Ministério das Cidades, divulgados nesta segunda-feira (1), mostram que o número de inadimplentes entre os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida cresceu, se compararmos com o mesmo período do ano passado. Esses dados atingiram em março 21,8% dos financiamentos concedidos na faixa 1 do programa, destinada às famílias com renda mensal de até R$ 1.600, ou seja, de quatro beneficiados, um está inadimplente. Em abril de 2014, eram 17,5%.
Um dos fatores que mais prejudicaram as famílias desse grupo foi a queda na renda do trabalhador brasileiro e o aumento do desemprego. O detalhe é que as prestações do programa para esta faixa de renda variam de R$ 25 até R$ 80 por mês, o que corresponde apenas a cerca de 5% do valor do imóvel que vão receber. Um valor relativamente pequeno para uma faixa de renda muito baixa.
Isso quer dizer que são realmente as classes C, D e E que estão enfrentando as maiores dificuldades, ao contrário dos anos anteriores, onde foram os grandes motores da economia. O aumento de energia elétrica, taxas de juros gritantes e a ameaça da inflação são fatores que pesam muito mais no orçamento de uma família que ganha menos do que para um grupo com uma renda maior.
O aumento dos atrasos entre esses mutuários também levou a Caixa a suspender, em fevereiro, o programa Minha Casa Melhor. Tratava-se de uma linha para compra de móveis e eletrodomésticos com prestações de pouco mais de R$ 100. Mais um programa que tinha um impacto muito importante na nossa economia e que foi prejudicado pelo momento difícil que o país enfrenta na economia.