A crise econômica no Brasil atingiu um novo patamar no mês de fevereiro. Segundo dados do Tesouro Nacional, divulgados na última quinta (2), o rombo nas contas do governo federal atingiu cerca de R$ 7,35 bilhões, marca que não era batida desde o início de sua série histórica, em 1997. Isso representa mais que o dobro dos números registrados em 2014. Ainda segundo dados oficiais, as contas do governo tiveram um déficit primário de R$ 3,11 bilhões no ano passado. Até então, o pior resultado para o segundo mês do ano havia sido registrado em 2013, quando as contas ficaram no vermelho em R$ 6,61 bilhões.
O governo também reduziu o número de investimentos em obras públicas, o que agrava a tendência de recessão na economia. A Folha de São Paulo divulgou ontem (5) um levantamento mostrando que as despesas com obras de infraestrutura e compras de equipamentos caíram 31,3% no Tesouro Nacional e 23,3% nas estatais. Foram investidos apenas dois terços da soma aplicada no mesmo período do ano passado.
Reduzir investimentos é dar um tiro no próprio pé, tendo em vista que esses recursos movimentam a economia, proporcionando fôlego aos cofres públicos. Sem a continuidade nas obras, há estagnação do mercado e consequentemente redução no número de postos de trabalho. Desde que a luta para concessão do ajuste fiscal se instaurou no país, mais de 25 mil empregos foram eliminados, principalmente na área de construção civil.