O estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), entre os dias 1 e 8 de fevereiro, nas 27 capitais do país, indica que os inadimplentes possuem dívidas muito superiores ao seu rendimento mensal, chegando a dever para 3,7 empresas diferentes.
O débito total gira em torno dos R$ 21.676, e está diretamente associado ao mau uso das linhas de crédito, já embutidos nesse total as multas e as taxas cobradas pelo atraso. Isso representa 768% da renda de um consumidor que ganha em média R$ 2.822,00.
A pesquisa também detectou que o valor inicial da dívida e o valor final divergem em 70%. Após dois anos, a dívida que inicialmente custava R$ 12.776,00, depois das cobranças monetárias, passou a custar R$ 21.676,00, comprometendo cerca de 768% da renda mensal desse mesmo consumidor. Dos quase R$ 22.000 que o brasileiro deve, em média, 14 mil são juros embutidos nessas dívidas.
Nesta quarta (4), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar mais uma vez os juros básicos de 12,25% para 12,75% ao ano, uma alta de 0,50 ponto percentual. Foi o quarto aumento consecutivo da taxa Selic, que atingiu o maior patamar dos últimos seis anos. A palavra de ordem agora é evitar novas dívidas a qualquer custo.
Aumento no preço da cesta básica
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), também divulgou nesta quarta (4) um levantamento feito em 18 capitais brasileira. Nele, Natal aparece com o maior percentual de aumento no preço da cesta básica em fevereiro, em torno dos 4,36%. Isso é reflexo direto da seca que o país inteiro vem enfrentando. Tomate, feijão, café em pó e óleo de soja foram os principais responsáveis por esta variação, isso porque são os produtos que sofrem diretamente um impacto no custo final.
Os números são preocupantes, mas a expectativa dos especialistas é que esse preço caia nos próximos meses.