A crise elétrica no Brasil está tomando grandes proporções. Como se já não bastasse o aumento de 32% na conta de energia, ratificado pela Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel - na semana passada, agora o contribuinte deve se preparar para um reajuste de pelo menos 10,2%, que afetará os consumidores de baixa tensão, como residências urbanas e rurais. É o que prevê os cálculos da Superintendência de Gestão Tarifária da agência.
O novo percentual corresponde ao reajuste ordinário, que acontece todos os anos e gera aumentos nas tarifas de todas as distribuidoras do país. Diferente dos 32% da semana passada, um reajuste extraordinário, que resulta de uma decisão do Ministério da Fazenda em não efetuar os repasses às concessionárias, referentes aos pagamentos dos programas sociais (como Luz para Todos e as tarifas especiais para baixa renda), além dos gastos com indenização de concessões e compra de combustíveis para as usinas térmicas. Com isso, o que deveria sair dos cofres do tesouro nacional agora vai sair do bolso da população.
A presidente Dilma anunciou hoje (4), que vai cortar o subsídio de 5 milhões de famílias que participam do programa Luz Para Todos. Atualmente 13,1 milhões de famílias brasileiras se beneficiam do programa que reduz as contas de luz para clientes de baixa renda. Com a atualização dos cadastros, o governo federal espera saber quem realmente tem direito ao benefício, reduzindo os custos do setor elétrico como um todo.
Somando os dois percentuais já anunciados, o aumento final deve ficar em torno dos 40%, sem contar com as bandeiras vermelhas cobradas na fatura. Tem gente por aí que já está pagando 80% mais caro no fim do mês.
Vale lembrar que a energia elétrica é fundamental para vários seguimentos importantes. Por enquanto, o novo percentual afeta apenas as residências, mas se a crise no setor elétrico se agravar, isso deve influenciar no preço final de outros serviços.