O mês de janeiro é tradicionalmente um período de baixa nos postos de emprego, principalmente devido ao término do contrato dos chamados "temporários", que são contratados no final do ano para suprir a demanda. Há alguns anos, esses temporários conseguiam continuar trabalhando até meados de março, por causa da alta estação turística, mas já tem uns três anos que isso não acontece.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que em janeiro de 2015 foram gerados 923 postos a menos no setor de comércio, mais que o dobro do número registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 442 baixas. Isso pode ser um sinal de alerta para que o governo comece a prevenir uma possível recessão na economia.
O que fica claro para os especialistas é que governo cometeu sucessivos erros. O problema é que quem paga pela má colheita é a população. Agora é a hora do ajuste: a inflação subiu, a crise elétrica se agravou e os gastos têm que ser cortados. Gastos do próprio governo e não dos investimentos do PAC, como foi anunciado na última quinta (26). Os economistas defendem ainda que ao invés de jogar sobre as famílias e as empresas a responsabilidade do racionamento, o governo brasileiro deveria olhar mais para o próprio umbigo.