Em setembro de 2014, o nível de endividamento das famílias brasileiras atingiu 63,1%, número superior ao apresentando em setembro de 2013, quando o percentual ficou em 61,4%. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (30.09) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Sobre os dados da CNC é importante atentar para dois detalhes, um negativo e outro positivo.
O negativo é que o percentual de endividamento é tanto maior quanto menor é a renda das famílias. Algo preocupante porque sinaliza o endividamento das classes emergentes, classes essas que sustentam há mais de uma década o consumo brasileiro. Segundo os números da CNC, na faixa de renda das famílias de até 10 salários mínimos mensais, o percentual de endividamento é de 64,6%, contra 59,3% do percentual das famílias que têm rendimentos acima de 10 salários mínimos mensais.
O ponto positivo é que caiu o número de famílias com dívidas ou contas em atraso. Aí está a diferenciação entre estar endividado e estar inadimplente. O endividamento é ruim para a economia, mas, ainda pior, é a inadimplência.
Ainda segundo os dados da CNC, em setembro do ano passado, 20,6% das famílias entrevistadas afirmaram ter alguma conta em atraso. O levantamento considera em atraso dívidas vencidas há mais de 90 dias. Em setembro deste ano, o percentual de famílias que responderam ter contas em atraso caiu para 19,2%.