Foi divulgada nesta terça-feira (29) a expectativa de aumento de 30% na conta de energia, em 2015. Em tese fala-se que a conta vai aumentar porque está faltando chuva, e a matriz de geração de energia elétrica brasileira ainda é muito baseada na geração de hidrelétricas. Ou seja, a escassez de água diminui a produção, e assim, o custo sobe.
O grande problema é que o Governo tem hoje um formato complicado e complexo de fazer o gerenciamento da venda dessa energia no mercado. O Governo promove leilões em que as geradoras oferecem a energia disponível para as distribuidoras, o problema está na mediação do Governo que estipula preços mínimos, e não deixa o mercado agir por conta própria, de forma que a oferta se encaixe na sua realidade de mercado.
Quando o Governo determina o preço muito lá em baixo, as distribuidoras, no caso do Rio Grande do Norte, a Cosern, não consegue comprar energia porque o preço mínimo estipulado foi muito baixo. Essas operadoras precisam comprar energia no mercado livre. No mercado livre esse preço fica muito alto, exatamente porque as geradoras precisam compensar esse preço mínimo muito baixo estabelecido pelo Governo.
Gera-se então um déficit, que hoje já é de R$ 18 bilhões nas contas das distribuidoras. As distribuidoras são empresas, e as empresas querem compensar essas perdas, para compensar as perdas elas apresentam planilhas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e a Aneel autoriza esses reajustes.
A expectativa de 30% não é linear, no Nordeste, ela pode ser mais alta e no Sudeste, um pouco mais baixa. Mas o brasileiro deve estar preparado para uma conta bem mais salgada a partir do ano que vem.