A classe C deixou de ser o grande motor de consumo, ou seja, parou de ser a camada que mais contribuiu para o crescimento do consumo em um determinado período; especificadamente até maio deste ano, indicou o Instituto Nielsen.
A pesquisa foi divulgada neste domingo (13), com exclusividade, pelo jornal Folha de S. Paulo, na realidade antecipando uma divulgação que será feita amanhã (15) pelo Instituto Nielsen. O Nielsen é um dos principais institutos que pesquisam o movimento em supermercados – não representa a totalidade do consumo, mas é um importantíssimo indicador de como esse consumo está se comportando no Brasil.
Para comparar: em 2009 a classe AB respondia com 18% de todo o incremento de consumo nos supermercados. A classe C totalizava 60%, e as classes D e E 22%. No apurado desse ano, as classes D e E responderam por apenas 5,3%; a festejadíssima classe C por 33,8%; e as classes A e B retomaram o comando desse incremento com 60,9% de participação no consumo em supermercados.
Uma causa básica para essa mudança é o aumento da inflação. A classe C, D e E são mais suscetíveis à elevação de preços ocasionada pela inflação. Isso porque o consumo de alimentos representa uma fatia maior da renda dessas classes, e também o endividamento da classe C.
Apesar de esses números representarem apenas o consumo em supermercados, são um importante indicador de que o modelo de crescimento do Brasil baseado apenas no consumo e ascensões das classes sociais está dando sinais de esgotamento.