Quem tem um pouco mais de vinte anos viveu esse momento histórico, 1º de julho de 1994, a seleção brasileira estava inclusive disputando uma Copa que ganharia depois de 24 anos de jejum, o tetra, nos Estados Unidos. A gente tinha perdido a pouco tempo o Ayrton Senna e vivemos mais um momento histórico com a implantação do real, esse plano que veio para acabar com a famigerada hiperinflação.
Para essa turma que tem 20 anos ou menos, ou até para quem tem um pouquinho mais, 23, 24 anos de idade e fatalmente não lembra o que era viver sob esse fantasma, eu trago alguns números para dar uma ideia. No ano de 1993, último ano completo antes da implantação do real, a inflação no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – mesmo índice oficial que mede a inflação hoje – foi de 2.477,15%. Hoje, nós tratamos como risco a estabilidade econômica do Brasil uma inflação que está próxima dos 6% ao ano. Ou seja, não é brincadeira você viver sob uma inflação de quase 2.500%.
No mês de junho de 1994, último mês antes da entrada em vigor do plano que mudou a nossa moeda, a inflação, apenas do mês de junho, foi de 47,43%. Para finalizar e para que se possa entender o que representa esses números, um carro que hoje custa R$ 35.000, se nós vivêssemos sob aquela inflação, amanhã esse mesmo carro já custaria R$ 500,00 mais caro, depois de amanhã custaria R$ 1 mil mais caro e um ano depois custaria R$ 3,74 milhões a mais.
Devido a alta inflação, as empresas não conseguiam planejar seus custos, ninguém conseguia planejar compra de nada... Então, vida longa ao real que completou vinte anos, estabilizou nossa economia, e que nunca mais o Brasil tenha esse fantasma para nos assombrar.