Toda mudança traz transtornos, principalmente uma mudança em um aeroporto que funcionou por mais de quatro décadas muito próximo à cidade, o Aeroporto Augusto Severo. Estávamos acostumados a gastar de 10 a 15 minutos para chegar ao aeroporto e a partir do próximo sábado (31.05), vamos ter que nos acostumar a gastar pelo menos 1h30, e dependendo do horário do dia, até 2h, de nossas casas até este novo terminal.
Algumas pessoas já cogitam pegar o voo em Recife. Em alguns casos, pelo menos nesse começo de operação do Aeroporto Aluízio Alves, será mais vantajoso e menos estressante, inclusive considerando opções de voo, malha aérea e até preço da passagem.
A grande questão que se coloca é, primeiro, a própria sinalização de acesso ao aeroporto. Já que as operações estão previstas para iniciar às 8h da manhã do próximo sábado, muitos natalenses, pessoas essas que já tem voos marcados, aproveitaram o final de semana passado para pegar o carro e tentar chegar até o aeroporto, para familiarizar-se com o caminho. Só que simplesmente algumas pessoas não conseguiram chegar até lá porque não encontraram acesso, ou porque tinha buracos demais em alguns trechos dos acessos.
Quem tentou ir ontem (28.05), depois da chuva que caiu da terça para a quarta-feira, também não conseguiu. Alguns trechos do único acesso que está pronto, pela BR-226, simplesmente estão intrafegáveis. E o aeroporto está sendo aberto em um período de chuvas em Natal, então como é que fica para quem tem um voo marcado na segunda ou no domingo próximo? Essas são as preocupações.Não se fala mais em um prazo fechado para a inauguração do acesso pela BR-304, o qual tende a ser um acesso menos complicado para chegar até por questões de trânsito dentro da cidade de Natal.
Além disso, outra questão, essa mais macro também preocupa. Nós batemos muito no ponto da necessidade de que o Governo implemente uma política de incentivo à atração de novos voos. Não adianta nada um super aeroporto, dimensionado para receber mais de 6,5 milhões de passageiros por ano, se a gente só tem recebido, pelo menos no ano passado, pouco mais de dois milhões. A gente precisa aumentar nossa malha, senão nós vamos ter literalmente um elefante branco.
O Governo do Estado tem um projeto. A própria Secretária de Tributação já acenou que pode sim reduzir o ICMS do querosene de aviação, de 17% para 12%, caso as companhias aéreas comprometam-se a aumentar em até 40% o consumo. Essa queda custaria R$ 3 milhões por mês aos cofres do Estado. Estado que arrecada somente em ICMS R$ 400 milhões por mês em média. Ou seja, não é algo tão pesado, mas o Governo está sentado sobre esse projeto, e ele parece não sair do papel.