A revista Veja, que está nas bancas desde o último sábado (24), traz na capa uma matéria intitulada “O ‘susto Brasil’”, a reportagem vai muito além da questão da carga tributária absurda que pagamos no país. A matéria é bastante interessante (recomendo a leitura) porque os repórteres da Veja criaram um personagem fictício, um empresário norte americano, chamado John, que vem ao Brasil e aqui conta algumas histórias surreais pelas quais ele tem que passar. Para quem vem de um país desenvolvido, as histórias parecem realmente absurdas.
Em um quadro, o texto lembra um provérbio antigo que faz referência à jabuticaba; a saborosa fruta originária da Mata Atlântica e que só tem no Brasil. Esse provérbio, segundo o que a revista conta, diz o seguinte: “Se só existe no Brasil e não é jabuticaba, é besteira”. O quadro lista algumas coisas que só acontecem, infelizmente, no nosso país. Por exemplo: aplicativos para medir a velocidade da banda larga da internet; a revista refere-se a isso como inovação brasileira que só serve para que o consumidor saiba o quanto ele está sendo ludibriado pelo seu provedor, não era para ser necessária a existência de tal aplicativo uma vez que você comprou determinada velocidade e o provedor deveria cumprir com o que foi contratado.
A Veja também conta a história da Caixa Econômica Federal, na qual diz que o banco exige comprovante de residência para alguns procedimentos, mas não aceita comprovantes que tenham sido emitidos pela própria instituição, o órgão exige que o comprovante seja de uma terceira parte.
Outro relato trazido pela revista é de uma matéria feita no ano passado pela revista The Economist. A matéria conta que um empresário veio do Texas (EUA) e abriu no Brasil uma banca de sanduíches em um festival de música em São Paulo. O americano vendia uma porção de sanduíche a cada 15 segundos, as bancas próximas, operadas por brasileiros, levavam de dois a três minutos para servir uma porção. A demora gerava filas intermináveis nas bancas brasileiras, enquanto isso, o texano dava um show de produtividade.
Por último a revista cita que o Brasil tem uma costa marítima imensa, no entanto, seus portos estão entre os mais caros do mundo. Para transportar um contêiner nos portos nacionais paga-se uma média de 2.215 dólares. Na América Latina esse preço é de 1.283 dólares e nos países da Europa é de pouco mais de mil dólares.
Ou seja, são essas coisas que, no dia a dia, tira dinheiro e tempo dos brasileiros; além da paciência, fatos como os expostos nos irritam e fazem com que o nosso desenvolvimento trave cada vez mais.