O Procon estadual anunciou na última segunda-feira (05) o início de uma operação que pretende recolher exemplares de cardápios de bares e restaurantes de Natal e da grande Natal nos próximos dias. Segundo o órgão, a intenção é coibir aumentos de preço abusivos no período da Copa, momento em que a gente espera que a cidade esteja repleta de turistas.
A iniciativa, que a princípio é boa, porque a ideia é fazer a comparação de preços, deve ser vista com muito cuidado para que se evite, primeiro, uma ação apenas em busca de holofotes por parte do órgão. A primeira pergunta que surge é a seguinte: que critérios serão usados para afirmar que determinado estabelecimento promoveu um aumento abusivo? Serão considerados detalhes como aumento de insumos, ou dos custos do estabelecimento? Que percentuais o Procon vai considerar abusivo? Essas questões não estão claras.
A segunda pergunta é: por que é a primeira vez que o Procon estadual faz uma operação como essa? Por que o Procon, por exemplo, não fez operação semelhante em períodos anteriores às altas estações turísticas, por volta de junho ou de novembro de todos os anos?
Esses são os questionamentos. E é sempre bom lembrar que não existe, no Brasil, tabelamento de preços. O mercado é livre, e o consumidor é igualmente livre para comprar ou não o produto.
Repito, a ação do Procon é elogiável. Mas é preciso questionar se o que ele está querendo não é somente o foco dos holofotes.