Essa questão, que envolve a exigência dos simuladores de direção nas autoescolas, era um projeto do deputado Mauro Lopes, do PMDB de Minas Gerais. A ideia era de que todas as autoescolas fossem obrigadas a adquirir esse equipamento para poder simular situações como neblinas, chuvas, engarrafamentos e ultrapassagens perigosas, evitando que as pessoas só tivessem que vivenciá-las na prática.
Quando eu vejo esse tipo de projeto me lembro daquela história de alguns há anos, da obrigação que cada motorista tinha em comprar o seu kit de primeiros socorros e colocá-los nos carros, ocasionando um boom de vendas desse material. As farmácias montaram esses kits e os fornecedores fizeram a festa.
Lembro disso pelo fato de cada simulador ter o custo equivalente a um carro, já que o seu valor, em média, é de R$ 20 mil, R$ 25 mil. É bom lembrar que as autoescolas são, em sua maioria, micro e pequenas empresas, compostas basicamente pelo dono, geralmente no papel de diretor, e no máximo três instrutores. Diante da obrigação, as autoescolas, ao invés de comprar um veículo novo, compraria esse equipamento.
A Câmara, felizmente, através da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), rejeitou esse projeto já que por melhor que seja o simulador, ele não vai substituir uma situação real; e também reconhecendo a dificuldade desse projeto para as micro e pequenas empresas.
Havia muita gente, inclusive aqui em Natal, dizendo que teria que fechar as autoescolas. Empresas que já estão há mais de 10 anos no mercado estariam fadadas a fechar as portas.
Então, fique aí a boa notícia para o setor, e para mim fica a sensação de que a CCJ vetou mais um desses projetos que vem apenas para atender interesses particulares.