Um estudo divulgado nesta segunda-feira pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com base nos dados do SPC Brasil, trouxe à tona dados alarmantes sobre a forma como o brasileiro lida com seu planejamento financeiro.
A enquete mostra que apenas 18% dos entrevistados têm bom conhecimento sobre as finanças pessoais. Pior, em 84% dos domicílios com renda mensal de até R$ 1.330, o chefe da família tem pouco ou nenhum conhecimento sobre as finanças da casa. Quando tomamos as famílias com rendimentos entre R$ 1.331 e R$ 3.140 este percentual atinge 86%. No caso das famílias com renda mensal acim de R$ 3.141, são ainda assustadores 76% os que reconhecem esta ignorância.
O resultado prático, primeiro, também medido na pesquisa: Quase 70% daqueles que têm baixo ou nenhum conhecimento sobre as finanças pessoais terminam o mês no vermelho ou no zero a zero na sua conta corrente. Esse resultado recua para 29% para aqueles que acompanham as suas receitas e despesas.
Um dado que chamou a atenção é que mais de um terço dos entrevistados (36%) sabiam um pouco ou nada sabiam sobre as contas regulares que deveriam pagar este mês, com resultados muito parecidos para as três faixas de renda analisadas. No caso das despesas extras de início de ano, mais da metade (57%) não sabia exatamente quanto deveria gastar a mais. Há também falta de conhecimento do lado das receitas, com 40% dos entrevistados declarando não ter informações exatas sobre a renda.
A principal dificuldade apontada pelos consumidores de todas as classes sociais para controlar as finanças pessoais foi a disciplina para registrar gastos e receitas com regularidade, com 39%. Mas fazer contas é tido como um problema para 6% dos entrevistados. Esse resultado dobra (12%) no caso do extrato com menor renda.
Esta pesquisa é um bom indicador de como é possível reverter um dos maiores danos à nossa economia: a inadimplência. Precisamos dar crédito e promover o endividamento com qualidade. Fazer os brasileiros se planejarem pode ser o primeiro (bom) passo.