Como dizia o grande Raul Seixas: Parem o mundo que eu quero descer! Então um empresário - um dos mais importantes do país e herdeiro de um dos homens de negócios mais sérios que o Brasil já conheceu, diga-se de passagem - chega aqui, informa, em resumo, que a concorrência desleal da China o está obrigando a fechar uma gigantesca e balzaquiana fábrica têxtil, ceifando cerca de cinco mil empregos entre diretos e indiretos, e todo mundo aplaude!!!
Só porque o cara disse que vai "construir ali um superempreendimento com investimentos da ordem de R$ 1 bihão"?! É surreal! Acreditem, não há nada para se aplaudir no fechamento da unidade da Coteminas em São Gonçalo. Confesso que não entendi até agora como é que a governadora Rosalba Ciarlini e o prefeito Jaime Calado toparam posar para fotos ao lado dos manda-chuvas do grupo para anunciar este acinte.
Há muitas perguntas a serem respondidas ainda, inclusive algumas de ordem legal. Mas, de cara, já temos pelo menos uma grande certeza: estamos trocando empregos instalados, em pleno funcionamento; com salários sendo pagos, benefícios sendo concedidos; por promessas de futuros empregos. Alguém pode dizer: "Ah, mas eles simplesmente poderiam fechar a fábrica, demitir e não estar nem aí para o estado". Tudo bem, mas, pelo menos, eles iriam deixar que o assunto fosse tratado com o tom trágico e lamentável que ele merece. E nós, potiguares, teríamos liberdade para buscar o que fosse melhor para ocupar aquela área nobre.
Por exmeplo: será que não há nenhuma outra indústria no país que se interessasse pela área e que pudesse absorver os funcionários? Alguém perguntou, por exemplo, ao Grupo Guararapes Riachuelo - potiguar de nascimento e em franca expansão país afora - se ele estaria interessado? Ah, não?! Então tá!